quarta-feira, 26 de abril de 2017

40 anos após gol de Basílio, Timão e Macaca decidem título paulista

No Rio de Janeiro, o Fla-Flu nasceu “40 minutos antes do nada”, de acordo com Nelson Rodrigues.

Em São Paulo, a decisão do Paulista nasceu 40 anos depois do tudo.

“O sabor daquele gol do título é o mesmo para toda nação corintiana. É muito valorizado, já que o Corinthians não era campeão havia 23 anos”, afirma Basílio, autor do gol que deu o título paulista de 77 ao Timão.

Depois de 40 anos, Corinthians e Ponte Preta vão reviver aquela final. Mas o Timão não está em jejum de títulos como naquela época. E iniciou a competição desacreditado. Ganhou moral após vencer o Majestoso, na semifinal.

Já a Macaca chega à decisão de olho em conquista inédita. Time mais antigo da Série A, a Ponte Preta jamais ergueu troféu de relevância e bateu na trave algumas vezes, como em 77 e 79, em ambas as ocasiões jogou contra o Timão na final.

Principal ídolo da torcida pontepretana, Dica disse que seu time era muito mais técnico do que o Corinthians, em 77. “Em 1977, o Corinthians tinha mais brio e força física. O único diferencial era Palhinha. Já a Ponte Preta era mais técnica desde o sistema defensivo até o ofensivo e estava em um estágio superior”, afirma.

O Corinthians sagrou-se campeão após três jogos. Duas partidas foram vencidas pelo time dirigido por Oswaldo Brandão, mas a decisão tenha um herói e um vilão. Pelo lado corintiano, Basílio, que fez o autor do título aos 36 minutos do segundo tempo, do terceiro jogo.

Rui Rei, atacante da Ponte Preta, foi expulso aos 16 minutos da primeira etapa, após reclamar de falta. Quatro vezes depois, o jogador estava vestindo a camisa do Timão. A negociação, como era de se esperar, causou polêmica.

As partidas da final deverão ser realizadas nos dias 30 de abril e 7 de maio. Os locais ainda serão confirmados pela Federação Paulista de Futebol.

Camisa 77
Os corintianos estranharam quando Jadson foi anunciado: ele não invés de vestir a camisa 10, o maestro passou a atuar com a 77, em alusão ao título de 40 anos atrás.

Já que a camisa 8 de Basílio não vai ser representada por nenhum jogador do Corinthians na final, o jeito é confiar na 77, de Jadson. Mística e destino, para o corintiano, não costumam falhar.

domingo, 23 de abril de 2017

Eis que a quarta força está na final

Em jogo disputado, Corinthians elimina São Paulo e decide Paulistão
Tornou-se comum para o corintiano ver seu time ganhar do São Paulo. A última vez que aconteceu o inverso, no Paulistão, fora em 2000, quando o rival passou à decisão, eliminando o Corinthians. De lá para cá, é praticamente dever do alvinegro ganhar do São Paulo.

O Timão empatou com o Tricolor, por 1 a 1, e avançou para a decisão do Campeonato Paulista. Jô, que em cinco clássicos marcou cinco gols, abriu o placar na Arena, nos acréscimos da primeira etapa, após cobrança de falta de Jadson, que o achou livrinho da silva, na área.

Amigo torcedor, finalista do estadual, os idiotas da objetividade, contaminados pelo óbvio ululante, afirmavam que o Timão era a quarta força do Estado. Eis, bando de louco, que o inverso aconteceu: a quarta força está na decisão. “O Corinthians não é favorito”, diz Rodriguinho, após o jogo.

Exato. Não há por que colocar-se como favorito, pois a Macaca eliminou Santos e Palmeiras, ambos considerados as grandes equipes de São Paulo. Agora, o revés será tenso, típico confronto de xadrez.

Depois de 38 anos, o alvinegro enfrenta a Ponte Preta, na decisão do Estadual. Mas o torcedor saudosista, certamente, lembrará da épica decisão de 77, que tirara o Corinthians da seca de títulos que estava instalada no Parque São Jorge desde 1954.

Sobre a semifinal: Corintiano gosta de jogar contra o São Paulo. Neste domingo, aproximadamente 44 mil torcedores compareceram à Arena, fazendo do majestoso o clássico com maior média de público do estádio: 39.234.

Dentro de campo, o alvinegro desde o começo deixou claro sua proposta de jogo: dar a bola ao São Paulo e surpreendê-lo no contra-ataque. Aos 10 minutos, contudo, o zagueiro Pablo quase marcou de forma estranha – ele deu uma raspadinha na bola, de cabeça, mas a finalização passou tirando tinta do poste são-paulino.

Atrás no placar, os comandados de Rogério Ceni precisavam de três gols. Ceni, que põe o time irresponsavelmente para jogar na frente, sofreu com sua defesa. Equipe do Morumbi terá cerca de duas semanas até estrear no campeonato brasileiro. Tempo para Rogério Ceni preparar sua equipe.

Bem, os 45 minutos finais do majestoso começaram com a temperatura altíssima. Sim, o clássico estava equilibrado, mas o Corinthians emocionalmente tinha domínio da partida. O Tricolor punha a bola na área e, como diz Juca Kfouri, as torres gêmeas corintianas devolviam sem problemas.

No final, o assoprador de apito, banana, deixou de expulsar uns três jogadores. A paz, que reinava no primeiro tempo, deu espaço para olhares ríspidos, empurrões e acenos indelicados de ambos os lados.

Mais uma vez, deu Corinthians.

sexta-feira, 21 de abril de 2017

Pós-modernos, deixem o futebol para nós

Sabe o que as mulheres mais odeiam quando um homem vê jogo de futebol? Entrego: o ‘chupa’.

Ô palavrinha chula, reclamam elas. Eita, por que atribuir estes vocábulos para os gays?, completam, ouvindo o macho reverberar frases que põem em cheque a sexualidade dos personagens da partida.

Que equivoco, gatinha. Admiro tua inteligência, mas desta vez foi longe.

Mas, meu amigo, no estádio a coisa vai mais longe ainda: as moças abominam os cânticos clássicos das organizadas, que servem apenas para desestabilizar psicologicamente o time rival.

Amigo torcedor, fanático, doente, que sente o coração efusivamente bater, no meio e final de semana, nem tudo tem-se de problematizar, não?

Quem nunca tentou explicar para a moça, sobretudo se ela é engajada em movimentos de emancipação feminina, ora que coisa boa!, que os gritos não tem o propósito de propagar discriminações triviais.

Futebol, meu caro Eduardo Galeano, ainda é visto como ópio do povo, acredita? Pois é, pouquíssimas coisas mudaram desde tua morte, em 2015. Que falta fazes.

Galeano, tua lucidez era importantíssima. Confesso que me emocionava quando via-o falar sobre nossa paixão, pois sempre fui um aficionado pelo esporte bretão. “Nem sempre o futebol é o vilão da história”, disse, em entrevista ao jornalista Lúcia de Castro, no documentário Memória do chumbo – o futebol nos tempos do Condor.

Em teu país, poeta das quatro linhas, o Uruguai, terra pacata, democrática por natureza, o futebol derrubara uma das ditaduras mais sanguinárias da América Latina. 

Só consigo pensar numa coisa: este mundo está chato e certinho demais. Daqui uns dias, na pelada, não vai mais ser permitido falar “toca a bola, filha da puta”.

Vamos lá: homem que é homem torce para algum time. E, ao torcer, ele tem obrigações clubísticas. 

Na maioria das vezes, o compromisso é monogâmico, mas há exceções. É comum ver um cara torcer para três times – dois do Brasil e um da Europa.

Aliás, em janeiro acordei com pesadelo: cadê o futebol da tevê? Até tinha, mas eu queria o brasileirão. Como não me restou outra escolha, no dia seguinte comprei uma caixa de Bavária, sentei num banco e fiquei assistindo a piazada jogar bola. Depois, é claro, tive desfilar meus dotes futebolísticos.

Bem, o que quero dizer é que por pouco, muito pouco mesmo, não faleci por saudade. Meu coração alvinegro, que esperou 50 anos para ver o Timão erguer uma Libertadores, aguentou tranquilamente – quem aguenta zoações alviverde e soberanas não está nem aí.

Sucintamente, pós-modernos deixam o futebol para nós.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Não foi dessa vez, timão

Corinthians é eliminado da Copa do Brasil. Jogadores precisam treinar pênaltis urgentemente

Erros.

Falta de definição. Capricho em frente ao gol.

Eis que o Corinthians foi eliminado, nos pênaltis, pelo Internacional, que está na série B do Campeonato Brasileiro. De fato, para uma análise mais fria – será que é possível? – temos de ressaltar alguns pontos, quiçá frisá-los.

Vamos lá: o Corinthians teve oportunidades, abriu o placar após apagão da zaga Colorada, mas desperdiçou inúmeras chances.

Amigo torcedor, companheiro de loucura alvinegra, fomos eliminados jogando um futebol de dar vergonha. Romero, que até hoje me foge a compreensão de sua titularidade, desperdiçou no mínimo duas oportunidades de gol.

Para sacramentar o papelão corintiano, o lateral Fagner, ao tentar cortar cruzamento, acabou empurrando uma bola às redes. Era tudo o que o Inter queria. Porque depois, os gaúchos foram para cima e conseguiram exigir boas defesas de Cássio.

Raça é fundamental, mas não se ganha jogo. Dar campo para o rival, cujas equipes possuem histórico recente de rivalidade, não é uma escolha das mais inteligentes.

Daí, para fechar com chave de ouro, as torcidas organizadas acendem sinalizadores, o juiz para o jogo, esfria a partida e, na volta, o Inter consegue colocar na mesa seu estilo de jogo, que foi aceito tranquilamente pelo Corinthians.

Erros são normais. Mas erros lamentáveis, caro sofredor alvinegro, não dá para engolir. Carille vai precisar que seus jogadores tenham mais pegada, e treinam pênaltis para o decorrer do ano – estamos fora da Copa do Brasil, mas ainda lutamos pela Sul-americana.

Minhas felicitações ao Inter, que ganhou na bola, com leve ajuda do juiz – corintiano que é corintiano nunca vê o Timão perder, mas, sim, ser roubado descaradamente pelo arbitro.

Não é o fim do mundo, e a temporada está começando. Carille, também, não merece arcar sozinho com as consequências da eliminação. Sem ataque é difícil... que time consegue ser vitorioso com Romero no ataque?

É importantíssimo honrar o manto alvinegro, que tantas lutas sociopolíticas abraçou, na década de 80, é importantíssimo, Roberto de Andrade, tratar com respeito a nação de corintianos, porque o Corinthians é da torcida, e não seu, tampouco de sua trupe de ratos engravatados.


Que venha o São Paulo, no domingo, pela partida de volta do Paulistão. Mas que estou com medo, estou.

quarta-feira, 19 de abril de 2017

Você deixaria de transar por questões de classe ou gramaticais?

Nem a pau.

Desculpe-me pela minha grossa e ignorante construção frasal.

Mas não dá. Simplesmente não consigo agir educadamente quando um sujeito diz que deixaria de lado horas de prazer por causa de uma frase vulgar – ou pela condição socioeconômica da mina.

Não dá.

Aliás, este mundo me intriga tal como um jogo do Vila em semifinal do campeonato goiano.

Você deixaria de transar por questões gramaticais ou ideológicas?

Acrescento mais: você deixaria de transar por divergências estéticas (gênero musical, literário, poético) - ela nunca viu um filme de Truffaut nem o melhor cinema do planeta, o brazuca, é claro.

Estou, perdão Altemar Dutra, sentimental – ou melhor, “sentimental eu sou/ eu sou demais”. Meu coração se despedaça como um time de futebol após o final da temporada, cujo elenco é todo desmantelado.

É boxante? Ou brochante? Do ponto de vista gramatical, as duas formas ortográficas estão certas para descrever o fracasso masculino. Tanto faz, como diz Reinaldo Moraes – aliás, este escriba cretino recomenda a obra aos machos assépticos sexualmente.

Que broxante que nada, puta que pariu!

Você prefere um pau molíssimo que sabe tudo sobre a Escola de Frankfut ou um pau de princípios que te pega todinha, te faz mulher, como canta Agepê – com todo perdão, amigas feministas, pois não há como lhes fazer mulher, como ensinou a camarada Beauvoir?

Sim, os pobres também amam. E como amam! Segura e plenamente amam, mas broxam. Pobre curte a coisa, tudo sabe de um trem desses – ah, que goiânes, cronista infeliz, mas cê não é paranaense?

Epa, mocinha, gostosinha, com muita delicadeza, intervenho: Também gosto de quem fala bonito – se a moça pôr no papel quatro frases apaixonantes e calientes já é suficiente para meu coração se derreter.

Mas reconheço que isso é puro elitismo, porque o brasileiro não é habituado a ler. Só põe na cabeça essas porras de cê cedilha e SS quem lê e pronto.

No amor e no sexo, amigo amante, fodedor, boêmio, ninguém é analfabeto. Ela concorda. Balança a cabeça, sorrindo.

O mundo está chato, limpinho e desnecessariamente pós-moderno. Dane-se a gramática e a norma cultura.

Indago: cê ficaria com um tipo que defende a tese de “bandido bom é bandido morto”?

Será que se você tiver com tesão mesmo, a fim para cacete, consideraria barreiras linguísticas, ortográficas, políticas, ideológicas, estéticas e de classes?

Este último conflito entre mulheres e homens de classes sociais mais abastadas já dilacerou meu coração... este mero servo das damas e das frases já escorou cotovelos nos botecos mais fuleiros, chorando por ela e ouvindo Crystian e Ralf na junkebox.

Então, você deixaria de transar por questões de classe ou gramaticais?

domingo, 16 de abril de 2017

Deu Corinthians – mais uma vez

Rodriguinho marcou um dos gols da vitória
Deu certo. A armadilha do Corinthians funcionou mais uma vez. E o São Paulo tornou-se mais freguês do que nunca. O Morumbi poderia ser tranquilamente uma extensão da Arena Corinthians. Lá, o alvinegro desfila como se estivesse em sua casa.

Impressionante. Dentro de sua própria casa, o Tricolor não joga. E não joga porque não quer. Ou porque não consegue. Talvez a segunda opção faça mais sentido. Especialmente porque Rogério Ceni é prepotente.

Hoje, 16, o Corinthians jogou como habitualmente joga: se fechou e chamou o São Paulo para seu campo, e quando teve a chance não perdoou. Jô, que voltou de contusão, marcou um dos gols. O outro fora anotado pelo meia Rodriguinho, que, por causa de uma gripe, chegou a ser duvida para a partida.

O Tricolor saiu vaiado pela torcida soberana, além de berros do teor de “sem vergonha” fazerem parte da sonoridade do Morumbi. O Timão, que não tem nada a ver com histerias entre soberanos, pode perder por até um gol no jogo de volta, no próximo domingo, 23.

Mas antes, os dois times têm compromissos. No meia da semana, o Corinthians enfrenta o Internacional, em casa, pela Copa do Brasil. Já o São Paulo encara o Cruzeiro, mas ironicamente a equipe precisa de dois gols.

Segundo o jornalista Juca Kfouri, o Corinthians deu “uma aula” no Morumbi. “Entre os novatos Rogério Ceni e Fábio Carille a vantagem do corintiano foi abissal”, afirma. “Sem correr risco algum, impôs ao menos quatro chances de gol à meta tricolor”, completa.

Salão de festas

É sempre emocionante ver o alvinegro vencer no Morumbi – palco e salão de festa corintiano. O placar dá vantagem para o Timão jogar sossegado na volta, em casa. A final de 77 pode se repetir.

Cueva? Não. Pratto? Tampouco. Quem resolveu mesmo foi Rodriguinho, que deitou e rolou na devassa defesa Tricolor. Sem dúvida, o Corinthians de Carille é pouco mais do que um time meramente raçudo.

A vitória encaminha a classificação, mas jamais decide algo. Clássico é clássico. Todo cuidado é pouco. Mesmo assim, hoje é dia de se comemorar. Que venha o segundo jogo!

sábado, 15 de abril de 2017

Somos campeões: fim de jejum que durou 23 anos

Após 40 anos, equipes podem se enfrentar em decisão
São Paulo, 10 de abril, por volta das 22h... estava levemente bêbado. Uma bola de futebol é colocada na marca do pênalti. Ele fica parada, esperando ser carinhosamente agredida por algum jogador da Ponte Preta. "Time não está predestinado a ir à final, não tem jeito', diz um amigo.

Após ser tocada pelo sujeito, a pelota decola e vai parar no fundo das redes, levando ao pleno delírio jogadores e torcedores da Macaca. Ao mesmo tempo, corintianos se emocionam. Uma mistura de medo e felicidade nos toma por completo: depois de 40 anos, o timão tem possibilidade de enfrentar a Ponte numa final de paulistão!

Bem, para que isso aconteça, é claro, o Timão precisa fazer a lição de casa e vencer o São Paulo, no domingo, fora de casa. Coincidentemente, o Timão também ganhou do Tricolor naquele ano de 1977... que sofrimento!

E a Ponte?

A Macaca precisa bater o Palmeiras como em 77.

História

Festa alvinegra, no terceiro jogo
No rádio, Osmar Santos emprestava sua voz para o espetáculo. “Olha a festa do Brasil! Você enche de lágrimas os olhos desse povo, você enche de felicidade o coração dessa gente, Corinthians”, berrou o narrador.

Basílio acabara de fazer o gol do título, e a massa alvinegra se libertou dos 23 anos de jejum. Loucos, os 86.677 torcedores quase levaram o Morumbi ao chão. A casa Tricolor era repleta de corintianos, que aos 36 min puderam extravasar: o Timão estava fora da fila.

O jornalista Celso Unzette, autor de pesquisas sobre a história do Corinthians, lembrou que a maioria torcedores alvinegros eram pessoas que vieram tentar a vida em São Paulo, e se identificavam com a luta. “O clube é um fenômeno social que é resultado da luta de resistência’, define o jornalista.

“Ter participado daquele título foi maravilhoso, sabíamos do anseio da torcida em acabar com aquilo. Acabamos aglutinando toda aquela energia, aquela ansiedade, e conseguimos dar o retorno com o título. Isso não tem preço”, diz Wladimir.

Último título, vice campeonato e família

No jejum, Corinthians perdeu título de 74 para o seu maior rival
1954... nesse ano o Corinthians conquistara o último título. Depois disso, nada. Pior: a torcida alvinegra, loucamente apaixonada, teve de lidar com dolorosas derrotas, como a do Paulista de 1974, onde o alvinegro perdera para seu maior rival, o Palmeiras.

“Tinha um grupo, uma família formada pelo Oswaldo Brandão e pelo Vicente Matheus, que fez com que nós alcançássemos esse objetivo”, relata Brasília, autor do gol que dera o título ao Timão.

O time de Brandão começou bem o campeonato, mas a equipe tinha de ir voar no segundo turno porque o Botafogo venceu o primeiro turno. E fora justamente isso que aconteceu.

Nas primeiras quatro partidas, o time alvinegro paulistano perdeu duas. O time perseguia a vitória desesperadamente. Como não havia outra saída, o time venceu Botafogo, Portuguesa e São Paulo. “Agora é com vocês”, disse Brandão à equipe.

A decisão

Decisão teve três jogos
Primeiro duelo... o Corinthians conseguiu vencer a Ponte. “Fui na raça dividir a bola com o goleiro Carlos e ela explodiu no corpo dele e batei com força no meu rosto... foi parar no fundo do gol da Ponte”, contou Palhinha, autor do gol. 

Segundo confronto... recorde de público: 138.032 torcedores. Majoritariamente corintianos, que suplicavam pelo fim do jejum e pediam fervorosamente por um empate. O título, enfim, estava pertíssimo.

Aos 42 minutos do primeiro tempo, Vaguinho abriu o placar e fez a Fiel, ensandecida, gritar como uma lunática após ver seu ídolo. Faltavam 23 minutos... Dicá empatou. O 1 a 1 deixava o título no Parque São Jorge, mas Rui Rei virou aos 38 minutos e calor o maior público da história do Morumbi.

Terceiro jogo

Ufa! acabou o jejum
13 de outubro, de 1977... “o Corinthians vira explosão e vira o maior espetáculo do território brasileiro! Corinthians, você acima de tudo é a alma desse povo! Você liga a imagem do sorriso de felicidade das raízes do povo! Corinthians, hoje a cidade é do povo! Tem que ter festa alvinegra! Tem que cobrir as ruas da cidade com paixão e loucura! Com felicidade, que desabrocha e contagia o povo pelas avenidas! Basílio, Basílio, Basílio! Trinta e sete minutos do segundo tempo!, narrava Osmar Santos. 

De fato, foi a explosão de milhões de apaixonados, tão maltratados pelas decepções que permeavam o Corinthians. O sofrimento, é claro, continuou todo o campeonato paulista de 1977. No último jogo, foram necessários 81 minutos para que Basílio anotasse o gol alvinegro.

“Eu me acho um escolhido, porque se for analisar, tivemos duas oportunidades, que foi o lance com Vaguinho, com Wladimir e finalizamos comigo. Algo estava preparado e eu não sabia, e nós não tínhamos nem essa dimensão referente a nossa conquistada”, diz Basílio, emocionadamente, em entrevista ao portal Terra.


Jadson: a esperança corintiana

Meia é a esperança do Timão para majestoso

Gratidão... talvez essa seja a palavra que o meia Jadson mais gosta de usar para se referir ao São Paulo. Ironicamente, o jogador está no Corinthians por causa do rival. Foi o tricolor que conseguir negociá-lo com o atacante Alexandre Pato.

Na Arena, Jadson virou ídolo. Conquistou títulos. Foi para a China, mas voltou para tentar arrumar o meio-campo alvinegro. E, sobretudo, notabilizou-se por grandes atuações contra o ex-time. O meia, inclusive, disse que a troca pelo Corinthians foi a melhor escolha de sua vida.

Neste ano, contudo, Jadson foi sondado pelo São Paulo, mas o alto salário foi um dos empecilhos para que a contratação fosse selada.

Recentemente, o meia alfinetou o zagueiro Maicon, que imitou uma galinha e irritou corintianos, após fazer um gol, no último majestoso.

“O Maicon é um cara empolgado. Não conheço ele fora de campo, mas ele quer ser xerifão, quer ser o cara bravo, mas isso é da personalidade dele”, afirma o meia.

Jadson está recuperado. E será titular para o clássico deste domingo contra o São Paulo, no Morumbi, em partida válida pela semifinal do campeonato paulista. O timão ainda conta com a volta do atacante Jô, que sentiu incômodo na perna e ficou fora da partida contra o Internacional, na última quarta-feira.

Mas se Carille tem Jadson e Jô, por outro lado esquenta a cabeça com o Rodriguinho. Com forte gripe, o jogador foi preservado do treinamento de hoje.


Apensar do desfalque na véspera da partida, a tendência é que o camisa 26 entre em campo. 

terça-feira, 11 de abril de 2017

Desfalcado, Timão enfrenta Inter pela Copa do Brasil

Uma rivalidade nasceu após lambança dos assopradores de apito. Mas, de uns tempos para cá, Corinthians e Internacional disputam jogos em que qualquer piscada nos olhos pode fazer com que se perca um gol. Só que nem tudo são flores – pelo menos do lado alvinegro.

Apreensão... essa é a palavra corintiana para o jogo de hoje, contra o Internacional, às 21h45, no Beira-Rio. Sem o Jô, que reclamou de dores na coxa, e Jadson, que se queixou de incômodo no joelho, o alvinegro enfrenta o colorado em partida de ida da Copa do Brasil.

O meia e o centroavante não treinaram nesta terça, no CT Joaquim Grava. Ambos preocupam Carille por conta de suas condições físicas, e foram liberados do treino porque têm problemas particulares.

“Jô tem um problema pessoal, não sei qual é, Jadson teve um parente que faleceu, foi a Londrina, me mandou mensagem, mas quarta vem ao CT”, explica Carille.

Além das baixas de Jô e Jadson, o Timão não contará com o meia Guilherme, que foi acompanhar o nascimento do filho. O jogador é a última opção para o meio, especialmente após os retornos de Marquinhos Gabriel e Giovanni Augusto.

Mas o jogo possui tempero especial. Na semana passada, o alvinegro tentou contratar o meia Valdívia, mas a negociação fracassou e o treinador colorado, Antônio Carlos Zago, e o vice-presidente, Roberto Mello, criticaram a diretoria corintiana.

Roberto de Andrade, que atrai desconfiança da torcida, disse que o Internacional procurou o Corinthians antes para negociar o meia-atacante. “Não quero criar polêmica, não tem clima ruim para o jogo. Na hora exata vou mostrar quem está mentindo. Vocês podem aguardar que eu vou mostrar que está mentindo”, afirmou o dirigente, fazendo suspense sobre o episódio.

Na semana passada, o Corinthians divulgou nota revelando que foi procurado pelo Colorado, que tinha pretensão de contratar Giovanni Augusto. O acordo não aconteceu porque o jogador bateu o pé e recusou a transferência. Giovanni tem contrato com o Timão até o fim da temporada.

“O clima é sempre hostil porque eles criaram essa rivalidade. Mas é dentro de campo. Vamos lá e vamos jogar sem problema nenhum”, disse o dirigente Colorado.

Histórico

Desde 2005, quando o Corinthians foi Campeão Brasileiro com ajuda da arbitragem, a rivalidade entre as duas equipes cresceu. Mas alvinegros e colorados protagonizam jogos eletrizantes, e não é de hoje.

Em 1976, as equipes duelaram pela final do Campeonato Brasileiro. Semanas antes, o Timão havia levado cerca de 70 mil torcedores para o Rio de Janeiro, quando os paulistas venceram os cariocas, que eram infinitamente melhores, nos pênaltis.

Na decisão, porém, a história foi diferente: o Internacional disponibilizou 15 mil ingressos. E, sem sua torcida, o Corinthians sucumbiu diante dos colorados, que tinham Falcão no meio-campo, armando o “rolo-compressor”, como os gaúchos eram conhecidos.

Décadas se passaram. Jogos bons e memoráveis aconteceram. Mas os corintianos lembram mesmo do título da Copa do Brasil, de 2009, em cima do Inter. Ronaldo, craque e em noite inspirada, selou a conquista, após anotar um golaço.

Mentirosamente, hoje, ambos dizem que não estão nem aí um com o outro. Nesta quarta, qualquer vírgula posicionada de forma errada pelos cronistas e narradores será como uma chama que se alastra pelo papel.

Que será um jogão, isso vai. Certeza.

domingo, 9 de abril de 2017

Timão enfrenta Botafogo de Ribeirão Preto de olho em vaga às semifinais

Há abismo salarial entre os times. O Botafogo representa 4,5% do que o Timão gasta por mês com seu elenco. Mas o Corinthians aposta em característica que não agrada Fábio Carille: um jogo objetivo e menos paciente – com bolas desnecessárias na intermediária do rival.

Carille, que é considerado pupilo de Tite, afirmou que esse estilo não é algo meramente proposital. “Eu queria mais toque de bola, mas vamos evoluir neste sentido”, diz o treinador. Nos últimos jogos, o Corinthians teve menos posse de bola, mas conseguiu sair com a vitória.

Foi assim, por exemplo, contra a Universidad de Chile, na última quarta-feira, pela Copa Sul-Americana, e nos clássicos contra Santos e Palmeiras. Por uma vaga na semifinal, contudo, o alvinegro precisará de qualquer resultado positivo. E Jadson é a esperança para os momentos decisivos.

O entrosamento, que Tite chamava de “jogar sem pensar” e Carille repete, também pode ser outro fator que pese a favor do Corinthians. Considerado ideal pelo treinador, o time que vai a campo neste domingo foi escalado apenas duas vezes em 2017: nas vitórias contra o Santos (1 a 0) e Luverdense (2 a 0).

“Vamos enfrentar uma equipe que vai se defender bastante, explorar os contra-ataques, então temos de sair para o jogo, deixando poucos espaços. Tivemos de trabalhar forte esses dias para que isso seja uma tônica na partida”, destaca Rodriguinho, que chegou a ser dúvida por conta de suspeita de tendinite.

Retranca

Se no Corinthians se fala em defender e atacar, a equipe ribeirão-pretense deixa claro sua intenção de jogar recuada. “Precisamos tomar cuidado porque temos pela frente um grande adversário e reforçado por sua torcida em casa”, diz o técnico Moacir Júnior.

O zagueiro Filipe sentiu dores na coxa e será substituído por Matheus Mancini, filho do técnico da Chapecoense, Vagner Mancini.

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Timão cumpre seu papel: faz bom jogo e tem vantagem para a volta

Jogando em casa, Timão bateu Universidad do Chile e está tranquilo para volta
À lá Corinthians. Assim, pode-se definir o jogo de ontem, 6, na Arena. Com gols de Rodriguinho e Jadson, o alvinegro venceu a equipe chilena por dois a zero e poderá perder por um gol de diferença na partida de volta, que acontecerá em 10 de maio, em Santiago, no Chile.

O jogo mostrou que o Corinthians, mesmo limitadíssimo, merece ser respeitado, principalmente em casa. Acuado, o Timão começou dando campo para a Universidad jogar. Rodriguinho tinha lampejos infelizes de craque, mas não passava disso. Jadson tentava... e a defesa apelava para os chutões, mas a bola não chegava ao ataque.

Lorenzetti, experiente meia, fazia a La U jogar. Sua tranquilidade foi primordial para meio-campo deles, porém o Corinthians adora jogar assim. Tanto que Cássio teve de fazer duas defesas dificílimas, sendo a primeira crucial para o alvinegro não se abalar psicologicamente e, em seguida, abrir o placar.

A jogada que originou o gol corintiano foi bem trabalhada. Romero matou a bola mal, mas deu um jeito de ajeitá-la para Gabriel, que exigiu boa defesa do arqueiro chileno. No rebote, Rodriguinho a empurrou para o fundo das redes, tirando o zero do placar, aos 40 minutos do primeiro tempo.

Se você esperava que o Corinthians voltaria recuado para a etapa final, se enganou profundamente. Porque o Timão foi para cima e mandou no jogo. E Carille têm seus méritos nisso. Ao invés de fechar o time, suas mudanças colocaram a equipe para frente.

Idiotas da objetividade, contaminados pelo óbvio ululante, parafraseando Tio Nelson, não compreenderam as mudanças do treinador corintiano. Confesso que tampouco eu as compreendi. Carille foi ousado e, quando todos esperavam volantes e zagueiros para formarem um bonde em frente a área alvinegra, ele pôs Clayton e Pedrinho. Mesmo vencendo por dois a zero.

Mas nem tudo caminhou como o esperado. A polícia prendeu 26 chilenos, que quebraram cadeiras e as arremessaram na torcida corintiana. Em seu blog, o jornalista Juca Kfouri disse que o fato foi tudo o que o Corinthians precisava para jogar.

"Tudo que o Corinthians queria era ser agredido em casa. Porque gosta de jogar por uma bola", comentou o jornalista.

Sim, não poderia jamais inocentar a PM, que nem de longe é santa, sobretudo a paulistana, mas não há como defender torcedores que destroem estádio e jogam objetos contra torcedores rivais.

Dez anos depois, o Corinthians cumpriu seu papel e estreou com vitória na Copa Sul-Americana. Agora, o Timão tem de focar no duelo contra o Botafogo de Ribeirão Preto, que pode inventar de complicar a vida alvinegra.      

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Timão dá início a caminhada que pode levá-lo à Libertadores

Hoje, às 21h, o Corinthians inicia sua jornada à Libertadores. O primeiro desafio é contra o Universidad de Chile, na Arena Corinthians.

Pelo Brasileirão, a jornada é mais longo: precisa-se terminar as 38 rodadas entre os seis primeiros. Já pela Copa Sul-Americana o caminho é mais curto. O alvinegro pode selar a classificação após 12 partidas.

O problema é o mata-mata. Para abraçar a tão sonhada classificação, o Corinthians precisa passar por disputas eliminatórias, em jogos de ida e volta. O título, por outro lado, é inédito na história do Timão.

Jadson, jogador com larga experiência neste tipo de competição, afirmou que todos os jogos são decisivos. Segundo o meia, ainda assim a competição é menos desgastante do que o campeonato brasileiro, que têm jogos na quarta e domingo.

“É uma competição em que todos os jogos são decisivos, mas menos desgastante do que o Campeonato Brasileiro que são rodadas quarta e domingo e você pode pegar um clássico depois do outro”, avalia Jadson.

Camisa 10, o meia é uma das esperanças de Fábio Carille, além de ser um dos que têm mais experiências no elenco alvinegro. Apenas o goleiro Cássio, que foi campeão da Libertadores, em 2012, possui título sul-americano no currículo.

 “A Sul-Americana chama bastante atenção. Claro que não é o mesmo peso de uma Libertadores, mas temo de entrar fortes em todas as competições. Não levar gol em casa é importante, ter essa vantagem fora. Vamos levar uma vantagem lá para o Chile”, diz Carille.

Até 2002, ano em que foi criada, a Copa Sul-Americana não era considerada prioridade pelas equipes brasileiras. Mas quando a competição passou a assegurar vaga para a Libertadores, os times começaram a olhar o torneio com seriedade.

“São menos jogos até do que a Copa do Brasil. Qualquer que seja a chance, temos de aproveitar”, defende o zagueiro Pablo.

Público

A última vez que o Timão recebeu mais de 40 mil pessoas na Arena foi ano passado, contra o Nacional do Uruguai, quando 43.098 pagantes viram o empate por 2 a 2, que acabou eliminando a equipe da Libertadores. Mas, para esta quarta, 20 mil ingressos foram vendidos antecipadamente.

Apesar da expectativa de grande público, o jogo pela Sul-Americana serve como consolo aos torcedores – a equipe não disputa a Libertadores este ano. Desde a inauguração do estádio, em 2014, será o nono duelo alvinegro contra equipe sul-americanas.

Mas a equipe vem de resultado ruim. No final de semana, o Corinthians empatou com o Botafogo, em Ribeirão Preto, no primeiro confronto pelas quartas-de-final do Paulistão. De fato, o time ainda não empolga no ataque. Foram apenas 18 marcados em 17 jogos. 

Amanda

Eis que encontro Amanda.

Perdão amigos moderníssimos: a gostosa da Amanda, 28 anos, formada em Contabilidade e acompanhante de luxo. “Antes eu curtia fazer programas, mas hoje tô cansada”, relata.

Cabelos negros até a cintura, pele clara e corpo de violão, Amanda é puta porque gosta. “Eu gosto de dar. Ao contrario do que muitos pensam, sou puta porque gostar de dar”, afirma.

Sim, ela não é para qualquer um. Amanda é como um furacão que entra em sua vida e destrói ao redor. Inteligente, culta, linda e puta... “Vou tirar você desse lugar/ vou levar você para ficar comigo”, canta Odair José, no alto-falante.

Viver, diz ela, é cansativo e chato – na maioria das vezes. “O pior do meu trabalho é ter de aturar velhos barrigudos, asquerosos, que acham são bons de cama”, reclama, contando que muitos tomam a “boleta” e acham que já é suficiente.

Depois de abandonar o sonho de ser modelo, ela decidiu virar profissional do sexo. Todavia, jamais imaginou que teria um filho – e logo com um cara sem o mínimo de decência. O pai da criança era playboy, e a criança nasceu repentinamente... Uísque na consciência. Haja melhor invenção da Escócia.

Filho de empresário influente na capital goiana, o desgraçado é burguês e deixou Amanda com uma mão na frente e outra atrás. Vazou – bota fé? A grana que ganha do pai, conta a ela, cheira pó e perambula de prostíbulo em prostíbulo.

Idas, voltas, cerveja, cigarros... nem me lembro com clareza. Sorte que anotei tudo no bloco de notas. Ora, sou um rapaz prevenido.... conversamos por horas a fio. “Gosta do Pedro Juan Gutiérrez, o cubano?”, me perguntou ela. Assenti com a cabeça. “Claro, o cara escreve bem demais”, respondi, impressionado.

Anos depois, caminhando atrasadamente pelos corredores corredor da PUC, vejo uma morena parecida com Amanda. Meu Deus, será possível? Só pode ser ela, quem mais vai ser?

Ela deve cursar Direito... segunda faculdade, é mole?

Até hoje convivo com a incerteza, mas iria abordá-la?

“O Viagra está acabando com o sexo. Eles chegam em cima da gente, trepam, trepam, trepam e jamais acham que podem estar te machucando”, desabafa, reclamando que o Viagra têm efeitos colaterais.

E como será de agora em diante?

“Tô caindo fora, não que buscasse romantismo e essas coisas... eu queria era dinheiro mesmo”, lavra a morena.

A vida nunca foi tão difícil.

Por sinal: Amanda continua deslumbrante.