quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Inquestionável

Amigo sofredor, faltam apenas 90 minutos para a Fiel torcida soltar o grito de “é campeão”. E isso pode acontecer hoje (15), às 21h45, diante do Fluminense, na Arena, que deve receber mais de 45 mil pessoas. A expectativa é de que a comemoração do heptacampeonato – sim, o alvinegro levantará a taça, isso é questão de tempo apenas - se estenda pelas próximas três rodadas que ainda restam para o campeonato acabar.

Só os frios números insistiam que estava tudo em aberto no Brasileirão. Mesmo com os frequentes tropeços no segundo turno, apesar de uma campanha irretocável no início da competição, dúvidas foram suscitadas acerca da capacidade dos comandados de Fábio Carille. Mas depois do Derby paulista tudo voltara ao normal. Historicamente, o Timão ressurge em clássicos. Foi assim na Libertadores, foi assim no Paulistão nos primeiros meses deste ano, é assim desde 1910.

Para chegar a situação tão confortável os corintianos superaram inúmeras adversidades – uma delas foram as análises idiotas de comentaristas nas mesas redondas. É verdade que o grupo que dispõe Carille não é visto como “top”. Não há estrela, tampouco craques. Um time mediano, digamos. Tanto que antes de o Brasileirão iniciar supunha-se que o Timão ficaria na parte de cima da tabela, mas não iria permanecer o topo, e com vantagem considerável durante boa parte do torneio.  

Você sabe que a fiel torcida só tem uma frase na ponta da língua neste momento: dinheiro realmente não compra títulos. Ao contrário da quantia gasta pelo Palmeiras, que desembolsou junto com a Crefisa R$ 110 milhões, a equipe alvinegra foi bem moderada em seus gastos. Desde o centroavante até o treinador, o Timão era não contava com ninguém badalado – no máximo o meia Jadson, e olhe lá. Ainda assim ele não encheu os olhos do torcedor, pois oscilou demais durante o torneio.

Após a sequência de derrotas e empates no returno, que serviram apenas para provocar ilusões nos adversários, o Corinthians esteve lá na ponta da tabela, firme e forte. Os outros, que gozavam de um cofre generoso, contentaram-se com G-4, G-7 e outras siglas. Inclusive, a massa alvinegra deve lembrar da infeliz colocação de Renato Gaúcho. Para o treinador gremista, era questão de tempo para a equipe de Carille despencar na competição, o que não aconteceu, para a tristeza do gaúcho e furor da Fiel.

O futebol jogado nestas terras tupiniquins está longe do ideal, é verdade. Há evidentes dificuldade técnicas, criativas. Treinadores são arrogantes e estão totalmente presos às amarras da década passada. Nada disso, porém, foi capaz de tirar o mérito da trajetória alvinegra, nem torna o título menos importante ou digno de dúvidas e questionamentos baratos. Houve trabalho, dedicação e inquestionável eficiência dos corintianos, sobretudo em jogos importantes – e que sejamos respeitados por isso.  Que venha a merecida festa hoje ou nos próximos dias.


domingo, 5 de novembro de 2017

Após vitória no derby, Timão abre seis pontos

Comandados de Fábio Carrile ampliam vantagem, e estão mais perto do título

Sempre que se viu em risco o Corinthians contou com o apoio de sua torcida. Neste domingo (5), não foi diferente. Precisando da vitória para se distanciar do Palmeiras, e pôr mais três dedos da mão esquerda na taça, o Timão viu a Fiel fazer festa nas arquibancadas da Arena. E, como em inúmeras outras vezes, o poder do ‘bando de louco’ mostrou-se eficaz.

Mais de 46 mil pagantes empurraram a equipe alvinegra parda cima do Palmeiras nesta 32° rodada. Quando o assoprador de apito decretou fim de jogo, o Corinthians vencia o rival por 3 a 2. Os gols da partida foram marcados por Romero, Balbuena e Jô. Mina e Moisés descontaram para os visitantes. Com a vitória, o Corinthians chegou aos 62 pontos e ganhou um alivio para seguir na briga pelo título.

Agora, a vantagem do alvinegro chega a seis pontos sobre o Santos, que está na segunda colocação, e oito diante do Palmeiras, que figura na terceira posição na tabela. Mas o comandante corintiano, Fábio Carille, crê que o campeonato ainda está em aberto, e é cedo demais para cantar vitória, já que as equipes que estão atrás do Timão são rivais.

“Independente do resultado, o campeonato vai continuar em aberto, não vai definir nada. Se a gente não vencer, a chance do Palmeiras fica mais clara. Se vencermos, aumenta, mas nada definido. Se empata, ficamos a cinco pontos. Mais do que matemática, a vitória dá uma moral ao vencedor”, comentou Carille, antes de a bola rolar.

A torcida, que havia rompido os dias amorosos com o treinador, de mais um voto de confiança para a equipe e seus jogadores. Como prova disso, ao final da partida, os torcedores aplaudiram em uníssono o arqueiro Cássio. Estenderam ainda uma faixa em mosaico em que se lia “Bicampeão Mundial”. Afinal, para as coisas saírem dentro do esperado, era primordial alfinetar o rival.

O Jogo
No ano em que Corinthians e Palmeiras celebram o centenário da maior rivalidade do futebol paulista - e brasileiro -, o último ato do derby paulista teve um capítulo à altura da tradição. Logo que o juiz Anderson Daronco deu o ponta pé inicial, o Palmeiras tomou a iniciativa do jogo. O Corinthians se adaptou ao estilo de jogo do rival, e deixou-o com o controle do certame. Mas não por muito tempo.

Porque as fragilidades do alviverde foram expostas, principalmente dos laterais Mayke e Egídio. Aos 27 minutos, Rodriguinho fez boa jogada pela esquerda, livrou-se da marcação e chutou para o gol. A bola, que ia para fora, foi desviada para o fundo das redes pelo paraguaio Romero, que estava cinco centímetros à frente da linha da bola, motivo suficientes para comentaristas chiarem nas mesas redondas.

Minutos depois, outro paraguaio, Balbuena, ampliou o marcador. Neste momento da partida, o Palmeiras tinha mais de 60% da posse de bola, mas não sabia onde pô-la. De repente, também em cobrança de escanteio, Mina cabeceou e reduziu o déficit, o que jogou um banho de água fria no Corinthians.

Todavia, não houve tempo para que os visitantes pudessem, como diz aquele narrador, “gostar da partida”. Isso porque aos 36, Edu Dracena cometeu pênalti em Jô, que bateu no cantou esquerdo de Fernando Prass e fez 3 a 1.

Na etapa final, muito mais travado, feio e lento que o primeiro ato, o técnico palmeirense tentou fazer algumas modificações em sua equipe. O Corinthians, em contrapartida, esperava a oportunidade para encaixar um contra-ataque e liquidar a fatura. Tenso e nervoso, o rival não conseguia penetrar a área adversária. Final de jogo. O Timão está quase lá.