domingo, 15 de outubro de 2017

O topo ainda é alvinegro

Para os corneteiros de plantão não se esquecerem: o topo da classificação ainda é alvinegro. Mesmo com a derrota para o Bahia neste domingo (15), em Salvador, o Timão vai continuar na primeira colocação do Brasileirão, e com uma mão e cinco dedos na tão sonhada taça. Mas a diferença, que era de dez pontos até ás 19h pode reduzir a sete, caso o Santos vença o Vitória na próxima segunda-feira (16).

A atuação do Timão evidenciou bem a dificuldade que o time de Fábio Carille tem de converter jogadas em gol neste segundo turno. O Bahia, que não tem nada a ver com isso, e é um anfitrião respeitoso, iniciou a partida tocando a bola de lado, com paciência, cadenciando o jogo. Na verdade, isso não adiantou praticamente nada – só suscitou bocejos nos ressaquiados -, porém não serviu para o time baiano levar nenhum susto.

Exatamente como havia ocorrido contra o Palmeiras, na rodada anterior, no Pacaembu, a melhor opção para o Bahia era Edigar Junio, todavia Zé Rafael queria jogo, e o buscava nas tabelas com Rodrigão, que jogara no Santos, para concluir as tramas do ataque baiano. O Corinthians, por sua vez, tentava responder com suas manjadas jogadas pela direita, com o paraguaio Romero.

Na direita, Romero tinha sérias dificuldades em furar a retaguarda do Bahia. Mas, logo na primeira vez que resolveu jogar pela esquerda, Guilherme Arana mandou um cruzamento rasteiro para o centro da área, sem que ninguém empurrasse a pelota às redes. Depois disso, o Timão chegou a arrumar alguns espaços na defesa adversária.

Do lado baiano, medo era uma coisa inexistente. As jogadas ofensivas surgiam sempre dos pés de Rodrigão, quando saia da área e levava para si toda a marcação da zaga corintiana. Com isso, surgia um buraco ali no miolo da zaga, e a festa era fácil de acontecer no salão alvinegro. Aliás, aos 23 do primeiro tempo, Zé Rafael quase marcou um gol, mas Cássio jogou a bola para a linha de fundo.

Pela direita, Romero finalmente conseguiu encontrar alguns espaços. Foi assim que ele quase criou a melhor chance do primeiro tempo. A jogada nasceu após cruzamento do paraguaio na cabeça de Jô, que exigiu boa defesa do arqueiro baiano. Instantes depois, o comandante corintiano resolveu mudar a equipe, trocando Jadson por Marquinhos Gabriel. O camisa 10 teve atuação apagada, e o narrador quase não falou o nome dele na partida.

A ideia de Carille era deixar o ataque mais solto com a mudança para a equipe conseguir agredir mais o Bahia. Porém, apenas aos 45 minutos da segunda etapa, surgiu uma oportunidade de gol na partida, cujo entretenimento era o sono pós-ressaca. Maycon, em rebote, encheu o pé dentro da área, mas a bola parara no meio do gol, para tranquilidade de Jean.

Ninguém jogava bem. Na verdade, a equipe anfitriã viu seu rendimento despencar. O tal Rodrigão jogava mal, e saiu de campo irritado quando foi substituído, parecendo um craque que está na lista dos cem melhores do esporte bretão. Recusou-se, ridiculamente, a cumprimentar o técnico Paulo César Carpegiani.


Para sair um gol, alguém teria de cometer um erro escabroso. E, por ironia do destino, foi justamente assim que o Bahia venceu o líder Corinthians. Na defesa alvinegra, o lateral Fagner tentou girar com a bola dominada, mas acabou sendo desarmado por Edigar Junio. Vinícius, que pegou a sobra, chutou a pelota para o alto. Bagunçado, o Corinthians ainda tentou se mandar para o ataque atrás do gol, com Cássio e tudo. Na sequência, Marquinhos Gabriel errou um passe que armou a jogada para Régis sacramentar a vitória, e tirar o angustiante zero do marcador.

Corinthians começa contagem para ser campeão

Quinze pontos. Essa é a meta para a torcida corintiana gritar o tão sonhado “é campeão”. Com isso, as ruas boêmias de várias cidades do Brasil ficarão tomadas pelos cânticos uníssonos bradados por alvinegros. O sorriso será obrigatório no rosto do vendedor da loja de calçados e do dono daquele boteco da esquina que vive com sua camisa do Corinthians com o mítico número 7 de Marcelinho Carioca estampado nas costas.

Nas contas de Fábio Carille, o Timão precisa de apenas 15 pontos para sagrar-se campeão. A conta começou a ser feita pelo comandante ainda no primeiro turno, quando a equipe estava voando ante os demais adversários. “Eu não falo muito sobre isso, mas tenho uma ideia de quantos pontos precisamos”, disse o treinador, no final de julho, à Folha.

Neste domingo (15), às 19h, a contagem pode ser aumentada contra o Bahia. E, enquanto os olhos alvinegros estarão concentrados na partida de Salvador, os ouvidos ficarão atentos no certamente de Santos e Cruzeiro, que enfrentam Vitória e Coritiba, respectivamente. Se os concorrentes pelo título perderem e o Timão vencer, a diferença ultrapassa os dez pontos.

Segundo Carille, ainda faltam pelo menos cinco vitórias para que o grito seja extravasado pelas gargantas de quase 30 milhões de loucos. Com isso, o Timão chegará a 73 pontos, o que representa aproveitamento de 64% dos pontos disputados, configurando a pior média para um campeão brasileiro desde que o sistema mundialmente consagrado – os pontos corridos – começou a vigorar 
em 2003.

O goleiro Cássio, autor de boas defesas contra o Coritiba, declarou que os resultados estão sendo legais com o Corinthians. “Estamos com os pés no chão. Não acho que pioramos no segundo turno. O que aconteceu foi que no primeiro turno houve jogos em que não jogamos tão bem, mas vencemos”, disse o arqueiro.

Última rodada

Na rodada passada, a intenção dos adversários era até se aproximar do líder. Porém, o Santos empatou com a Ponte Preta, em Campinas, enquanto o Cruzeiro, que está em 3° colocado, não perde a sete jogos. No entanto, quando os mineiros enfrentaram o Timão, não saíram do zero a zero. Já o Grêmio, que passou boa parte do torneio como uma ameaça aos paulistas, agora foca no confronto contra o Barcelona, do Equador.   

Pelas contas de Carille, bastam cinco vitórias em casa, contra Grêmio, Palmeiras, Avaí, Fluminense, Atlético-MG. A frieza dos números mostram que – até o momento – o timão venceu nove dos 14 jogos disputados em casa. Mesmo com a queda de rendimento, a proximidade do título vem acontecendo.

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Timão conta os segundos para gritar “é campeão”

Contando os segundos. Assim está a torcida corintiana após a vitória do alvinegro na noite de ontem (11) contra o Coritiba na Arena Corinthians. Com o resultado, o Timão abriu onze pontos de vantagem do Cruzeiro, que está na segunda colocação e vê a chance de conquistar o Brasileirão cada vez mais distante. Na próxima rodada, os comandados de Fábio Carille vão a Salvador duelar contra o Bahia.

A vitória fez o Corinthians manter uma tranquila vantagem no topo da tabela. Porém, o rendimento da equipe caiu no segundo turno. Na primeira parte do campeonato, por exemplo, o Timão teve aproveitamento de 82,4%. Atualmente, o desempenho é de 45,8%, o que fez com que o time perdesse pontos importantes e suscitasse discussões sobre a capacidade de conquistar o título do Brasileirão.

Ledo engano, porque onze pontos não são fáceis de reverter, ainda mais num torneio equilibrado como o Brasileirão. De agora em diante, a conquista do título é questão de tempo. E a Fiel sabe disso, mas prefere não gargantear por aí que o título já é do Parque São Jorge. Bem faz o bando de louco, pois arrogância no futebol – como na vida – é completamente desnecessária, além de promover falatórios cretinos.

Além disso, o nome que está na boca da Fiel é do meia-atacante Clayson, 22, que salvou mais uma vez o Corinthians. Novamente, ele marcou os gols da vitória da equipe. Com isso, o jogador tem quatro gols marcados nas últimas três partidas. Em todos os jogos, o meia saiu do banco de reserva e balançou as redes na reta final dos jogos.

Contra o São Paulo, no majestoso do segundo turno, o camisa 25 anotou o tento aos 33 minutos do segundo ato do certame. No empate contra o Cruzeiro, ele marcou aos 39 minutos e fez com que o Timão tivesse maior tranquilidade para administrar a liderança do campeonato. Após a partida, o treinador Fábio Carille exaltou a atuação do jogador – que chegou ao alvinegro depois de ser vice-campeão paulista pela Ponte Preta.

“Clayson é um fazedor de gols, ele leva, constrói, tem um contra um. Trabalhamos muita finalização para que ele melhore. Chuta bem, pega bem na bola. Estamos criando situações para que ele finalize. Fizemos um primeiro turno maravilhoso com uma base, mas ele está buscando seu espaço. Estamos muito com ele”, disse o treinador.


Desconfiança. Essa era a palavra mais falado pelos corintianos quando a contratação do ex-atletico mineiro foi anunciada. Era difícil encontrar algum torcedor que estivesse entusiasmado com a contratação de Jô, na janela de transferência do início deste ano. Todavia, o jogador vem mudando – ou mudou – a concepção da torcida sobre si.

A boa média de gols não está estampando sorriso apenas à face dos corintianos. O próprio Jô, que durante coletiva após treino na manhã de hoje (12), não conseguiu esconder a satisfação de ser um dos nomes mais importantes do Timão na temporada.


“Eu esperava fazer um bom ano, mas não nesse nível, até pelo tempo que eu fiquei parado. Devo muito ao trabalho da equipe, porque todos confiaram em mim e entenderam minha maneira de jogar”, afirmou o atacante.