Nem
a pau.
Desculpe-me pela minha grossa e ignorante construção frasal.
Mas não dá. Simplesmente não consigo agir educadamente quando um sujeito diz que deixaria de lado horas de prazer por causa de uma frase vulgar – ou pela condição socioeconômica da mina.
Não
dá.
Aliás,
este mundo me intriga tal como um jogo do Vila em semifinal do campeonato
goiano.
Você
deixaria de transar por questões gramaticais ou ideológicas?
Acrescento
mais: você deixaria de transar por divergências estéticas (gênero musical, literário, poético) - ela nunca viu um filme de
Truffaut nem o melhor cinema do planeta, o brazuca, é claro.
Estou,
perdão Altemar Dutra, sentimental – ou melhor, “sentimental eu sou/ eu sou
demais”. Meu coração se despedaça como um time de futebol após o final da
temporada, cujo elenco é todo desmantelado.
É
boxante? Ou brochante? Do ponto de vista gramatical, as duas formas
ortográficas estão certas para descrever o fracasso masculino. Tanto faz, como
diz Reinaldo Moraes – aliás, este escriba cretino recomenda a obra aos machos
assépticos sexualmente.
Que
broxante que nada, puta que pariu!
Você
prefere um pau molíssimo que sabe tudo sobre a Escola de Frankfut ou um pau de
princípios que te pega todinha, te faz mulher, como canta Agepê – com todo
perdão, amigas feministas, pois não há como lhes fazer mulher, como ensinou a
camarada Beauvoir?
Sim,
os pobres também amam. E como amam! Segura e plenamente amam, mas broxam. Pobre
curte a coisa, tudo sabe de um trem desses – ah, que goiânes, cronista infeliz,
mas cê não é paranaense?
Epa,
mocinha, gostosinha, com muita delicadeza, intervenho: Também gosto de quem
fala bonito – se a moça pôr no papel quatro frases apaixonantes e calientes já
é suficiente para meu coração se derreter.
Mas
reconheço que isso é puro elitismo, porque o brasileiro não é habituado a ler.
Só põe na cabeça essas porras de cê cedilha e SS quem lê e pronto.
No
amor e no sexo, amigo amante, fodedor, boêmio, ninguém é analfabeto. Ela
concorda. Balança a cabeça, sorrindo.
O
mundo está chato, limpinho e desnecessariamente pós-moderno. Dane-se a
gramática e a norma cultura.
Indago:
cê ficaria com um tipo que defende a tese de “bandido bom é bandido morto”?
Será
que se você tiver com tesão mesmo, a fim para cacete, consideraria barreiras
linguísticas, ortográficas, políticas, ideológicas, estéticas e de classes?
Este
último conflito entre mulheres e homens de classes sociais mais abastadas já dilacerou meu coração...
este mero servo das damas e das frases já escorou cotovelos nos botecos mais
fuleiros, chorando por ela e ouvindo Crystian e Ralf na junkebox.
Então, você deixaria de transar por questões de classe ou gramaticais?
Nenhum comentário:
Postar um comentário