domingo, 28 de maio de 2017

Corinthians confirma favoritismo, e Atlético segura lanterna

Rodriguinho foi o autor do gol que deu a vitória para o Timão, no Serra Dourada. Foto: Rodrigo Gazzanel/Agência Corinthains
O meia Rodriguinho manteve ótima fase ao garantir a vitória do Corinthians sobre o Atlético-GO, em Goiânia, no Estádio Serra Dourada, em partida válida pela 3° rodada do campeonato brasileiro. Fundamental no final do Paulistão, Rodriguinho fez o tento que colocou o Timão na liderança do Brasileirão. A equipe de Fábio Carille agora seca Grêmio e Chapecoense.

De um lado, o Dragão entrou em campo pressionado pela sua pequena torcida. A última vitória da equipe goianiense foi em 9 de abril deste ano. Já o Corinthians, campeão estadual, entrou no Serra com invencibilidade de 15 jogos como visitante.

Com a derrota, o Atlético segue segurando a lanterna do Brasileirão. O próximo compromisso do Dragão é contra o Bahia, na Fonte Nova, em Salvador. O duelo está marcado para segunda-feira (5), às 20h.

O Timão, por sua vez, voltará a jogar em Itaquera, após duas rodadas fora de casa. A partida será contra o Santos, no sábado (3), às 17h.

O jogo

Com postura sólida na defesa, o Corinthians desde o apito inicial mostrou-se seguro e quase não deixava o adversário, lanterna da competição, tocar a bola. E toda vez que a fraca defesa do Atlético dava espaços o arqueiro Felipe tinha de fazer boas defesas.

Aos 13 minutos, por exemplo, o artilheiro Jô chutou, todavia o Felipe defendeu. Mas na segunda oportunidade não teve jeito. Guilherme Arana tabelou com Romero, que percebeu Rodriguinho na área e tocou para o companheiro abrir o placar, com um chute de primeira.

Depois do gol, os jogadores mostraram porque é difícil ganhar deste Corinthians. Os espaço foram preenchidos e, de acordo com a filosofia de Carille, mais importante do que marcar gols é não sofrê-los. E foi justamente assim que a equipe voltou para o segundo tempo.

O técnico Marcelo Cabo mexeu na equipe, mas não adiantou. Já o comandante corintiano promoveu a estréia de Clayton, que veio da Ponte Preta. Logo nas primeiras jogadas, ele recebeu de Jô e correu o campo todo sozinho e chutou, exigindo boa defesa do goleiro Felipe.

No lance, no entanto, ele poderia ter tocado para Rodriguinho, que estava livrinho da silva. O lance, contudo, não fez falta para o Corinthians, que saiu do Serra Dourada com os três pontos na mala.

Timão encara Dragão fora de casa

Timão enfrenta o lanterna do Brasileirão em busca da segunda vitória. Foto: Daniel Augusto da Agência Corinthians
O Corinthians enfrenta o Atlético Goianiense, às 16h, no estádio Serra Dourada, em partida válida pela 3° rodada do Campeonato Brasileiro. De olho em seus primeiros pontos na competição, o Dragão só têm olhos para a vitória. Já o Timão, quer manter a sequência de triunfos - no último domingo, os comandados de Fábio Carille venceram o Vitória, fora de casa.

A principal esperança de gols corintiana está nos pés de Jô. Autor dos tentos do Timão nas duas primeiras rodadas, contra Chapecoense e Vitória, o atacante deve ser o primeiro artilheiro corintiano na competição nacional. “Atacante, se não falar de artilharia, é complicado”, afirma Jô.

Ainda garoto, o jogador viveu seu momento de brilho no Corinthians. Em 2004, foi o goleador do Timão no campeonato. Fez oito gols, e Washington, do Atlético-PR, fez 34, sagrando-se artilheiro daquela edição.

O Timão também deve contar com o zagueiro Pablo, que treinou normalmente ontem (27) e têm chances de começar entre o jogo. Ele desfalcou o Alvinegro no triunfo sobre o Vitória, fora de casa, no último domingo (21).

Mas nesta sexta-feira, Pablo voltou a queixar-se de dor . Antes da partida, porém, ele passará por exames para constatar se há condições de jogo. Caso seja vetado pelo departamento médico, Léo Santos formará a dupla de zaga com Pedro Henrique.

Adversário ideal

Com média de 3,5 gols sofridos nas duas primeiras rodadas, o Atlético pode ser considerado o adversário ideal para o Corinthians. O Timão também busca melhorar seu desempenho. Além de Jô, o Alvinegro contra com outros candidatos nesta disputa. O atacante Clayson, por exemplo, foi relacionado para a partida em Goiânia e provavelmente brigará pela artilharia do Timão.

Na última vez que o Corinthians enfrentou o Atlético-GO, a equipe do Parque São Jorge derrotou o Dragão por 2 a 0, fora de casa, pelo Brasileirão de 2012. Quem marcou os gols foram Martinez e Guilherme.

O técnico Fábio Carille confirmou o time que vai entrar em campo: Cássio; Fagner, Pablo, Pedro Henrique e Guilherme Arana; Gabriel, Maycon, Rodriguinho e Jadson; Romero e Jô.

Dragão

Do lado atleticano, o comandante Marcelo Cabo deve fazer algumas alteraçõe para duelar contra o Timão. O Dragão começou a Série A bem abaixo que se esperar, depois de ter erguido o caneco de conquista da Série B, no ano passado.

Cabo deve montar o time da seguinte forma: Felipe; Jonathan, Ricardo Silva, Roger Carvalho e Bruno Pacheco; Marcão, Igor, Luiz Fernando e Jorginho; Everaldo e Walter.

domingo, 21 de maio de 2017

Corinthians conquista primeiros três pontos, em Salvador

Em jogo truncado, Corinthians vence Vitória, na Fonte Nova
O Corinthians confirmou sua condição de favorito e venceu o Vitória, na Fonte Nova, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro. Sonolento, o time de Fábio Carille contou com o artilheiro Jô, que mandou a bola para o fundo das redes e deu ao Timão a primeira vitória na competição.

Autor de substituição que mudou o comportamento do Corinthians em campo, o técnico Fábio Carille ressaltou as qualidades de Marquinhos Gabriel, que passe que pôs Jô na cara do gol. “As chances claras que tivemos foi com a participação dele, que entrou bem em casa. Está trabalhando forte, está querendo e vai buscar seu espaço”, afirma Carille.

O atacante, que garantiu a vitória do Corinthians, destacou a inteligência Alvinegra para conquistar a triunfo, em Salvador. “A gente veio com o intuito de ganhar, e não só de arrancar empate. Tem que saber jogar com inteligência’, diz. “Ele vem ganhando confiança, vemos a evolução dele nos treinamentos e isso reflete nas partidas”, completa, elogiando Marquinhos Gabriel.

Após uma semana de preparação, o Timão tinha como objetivo recuperar os três pontos que perdeu na estreia do campeonato. No último sábado (13), a equipe paulista enfrentou a Chapecoense e empatou em 1 a 1. Ontem, porém, o desfecho foi diferente e o Corinthians voltou para a casa três pontos na bagagem.

O jogo

A primeira boa chance do Timão veio apenas aos 32 minutos, com Jô pela direita. O artilheiro fintou a marcação e fez com que o goleiro Fernando Miguel trabalhasse. Na sequência, Romero não conseguiu finalizar e cruzou para Rodriguinho, travado pela defesa.

Sem Pablo, que está machucado, o Corinthians não apresentou grandes problemas na defesa. Mas a zaga, certamente, vai ser dor de cabeça para Fábio Carille nas próximas rodadas. No segundo tempo, o paraguaio Balbuena sentiu dores na coxa direita e foi substituído por Leo Santos. O setor precisa de reforços urgentemente, e a diretoria já tem alguns nomes em vista.

Mesmo vencendo, o Timão mostrou dificuldade em transformar a posse de bola em infiltrações. Sem gols no primeiro tempo, os times voltaram para a segunda etapa com maior volume de jogo. Aos 7 minutos, Romero cruzou para Maycon, que completou para o gol, corretamente anulado.

O jogo seguia frio e morno, até que Jô resolveu a parada para o Corinthians aos 29 minutos do segundo tempo. Em passe de Marquinhos Gabriel, que saiu do banco de reservas minutos antes, o atacante finalizou rasteiro, por baixo das pernas de Fernando Miguel. Imobilizado e apático, o Vitória não reagiu e viu o Corinthians controlar a partida até o apito final.

Na próxima rodada, o Corinthians viaja a Goiânia para enfrentar o Atlético-GO, no dia 28, às 16h, no estádio Serra Dourada.

Nada mais, nada menos


Amigo torcedor, amigo secador, antes da partida contra o Vitória, pela segunda rodada do campeonato brasileiro, observo o seguinte: jornais, portais de notícia e articulistas guiados pelo óbvio ululante deixavam o Corinthians de lado.

É um dos piores crimes que se pode cometer. Corinthians é Corinthians, e sempre na história do Alvinegro foi assim. Gostamos de entrar em campo com desconfiança. Você deve estar se perguntando “este cronista é maluco”. Ser Corinthians, meu caro leitor, é beirar a loucura mesmo.

Haja amor! Bato na mesa do botequim, e digo: “não devemos menosprezar o Timão nesta temporada. Ninguém dava nada para a gente, e nos tornamos os reis de São Paulo”. Enchi meu copo de cerveja, ergui-o e frisei: “Este ano vamos incomodar”.

José Pedro da Silva, palmeirense fanático, disse que seu time brigará em todos os campeonatos disputar. Balancei a cabeça, pensando que eles têm vários jogadores famosos no elenco, o que pode ocasionar rachas internos e, meu amigo, caso isto aconteça, babaú bicampeonato brasileiro.

O sujeito não concordou, evidentemente. Acendi um cigarro, mudei o foco da conversa e berrei: “Vai Coríntia!” O boteco todo ficou olhando-me, mas eu não estava nem aí e continuei bebendo minha cerveja futebolística - ou melhor, Alvinegra.

Vamos ao que interessa: o time de Fábio Carille ganhou do Vitória, na Fonte Nova. Conquistamos os três pontos, mas ainda nosso time não está preparado para encarar a sequência desumana de jogos do Brasileirão. Será preciso algo mais.

Precisamos de pelo menos três jogadores “cascudos”. Clayson, da Ponte Preta, é um atleta que chega como aposta, jamais pode-se esperar dela jogadas mirabolantes. Ele é jovem, com gás, todavia irá jogar um campeonato brasileiro longe e desgastante.

O ideal seria trazer um atacante de rápido, que jogue pelos lados do campo. Romero, artilheiro da Arena, anota seus gols, mas, jamais, um time do tamanho do Corinthians tem de depender de um jogador - com todo respeito - como ele: prolixo, dislexo e displicente.

Romero é esforçado. Nada mais. Nada menos.    

sábado, 20 de maio de 2017

Carille define equipe que vai enfrentar Vitória


Em treino neste sábado, Carille definiu equipe que encara campeão baiano. Foto: Daniel Augusto/Agência Corinthians
O técnico Fábio Carille definiu o time que vai enfrentar o Vitória, amanhã (21), na Fonte Nova, pela segunda rodada do campeonato brasileiro. A única novidade será a entrada do zagueiro Pedro Henrique na vaga de Pablo, que está machucado.
“O Pedro já fez bons jogos no ano passado, contra o Flamengo, e ganhou posição de titular. Fez um ótimo jogo no Chile, quando Balbuena não pôde jogar. Temos uma expectativa muito grande em cima desse atleta, de velocidade. O que falta mesmo é o jogo a jogo para ele crescer mais”, diz Carille.

No último treino antes da partida em Salvador, Carille comandou treinado tático no qual ensaiou jogadas, principalmente de bola parada. A atividade durou cerca de duas horas, e o treinador organizou o posicionamento ofensivo e defensivo dos atletas. O foco da atividade foram as cobranças de falta e escanteio.

Titulares e reservas se enfrentaram em campo reduzido. Na sequência, o técnico trabalhou apenas com os 11 jogadores que começarão a partida na capital baiana. Ele simulou como quer a saída de bola e ainda pediu para os atletas se posicionarem entre os zagueiros do Vitória. Carille também cobrou intensidade e concentração na busca pelo primeiro triunfo no Brasileirão.
O time que deve entrar em campo, contra o Vitória, escalada com Cássio; Fagner, Balbuena, Pedro Henrique e Guilherme Arana; Gabriel e Maycon; Jadson, Rodriuinho e Romero; Jô.

Vitória
Já a equipe baiana treinou neste sábado com portões fechados. O técnico Petkovic comanda a equipe pela primeira vez diante da torcida. O volante William Farias, capitão do Vitória, afirmou que será importante ganhar do Corinthians na partida de amanhã.

“Vamos encarar uma equipe muito bem montada e que vem de um título estadual, assim como a gente. Tem tudo para ser um grande de jogo. Temos que buscar a vitória para iniciarmos uma boa sequência nas próximas rodadas da Série A. Um triunfo sobre um adversário com o Corinthians vai dar mais confiança ao grupo para a sequência da disputa”, diz.

segunda-feira, 15 de maio de 2017

O futebol é nosso, precisa de mais?

Amigo torcedor, amigo secador, o campeonato brasileiro começou neste final de semana. Acabou o tédio dos estaduais e seus jogos de quinta. Coitado de nossos olhos que tinham de ver partidas horríveis. Era o mais do mesmo. Ninguém merece, tá loco!

Nelson Rodrigues deve ter se remexido em sua tumba, idem com Drummond, aquele cronista que era fã de Pele, na época do Tricampeonato, lembra?

Todos sabem que em São Paulo e Rio de Janeiro há quatro times que erguem o troféu. Na terra do samba, deu Flamengo, que novidade!, e na terra da garoa, meu caro Benito de Paula, deu Corinthians, o time do mestre Adoniran Barbosa.
“Meu amor é o coríntia”, canta Adoniran, no alto-falante, enquanto coloco estas frases futebolísticas no papel.

Canta mestre, canta, por favor!
No brasileirão, todavia, há ao menos 12 times que têm chances de levantar o caneco. Haja coração!
Ilustre leitor que me acompanhou até aqui, xingando-me com a crônica de Antero Greco ao lado, a primeira rodada do brasileirão foi marcada pela célebre iniciativa dos jogadores de protestar contra as medidas do ilegítimo Michael Temer.

Nos últimos dias, assistimos nossos direitos irem para o ralo, enquanto Temer, o mais impopular da história, põe embaixo do braço sua cartilha neoliberal. Nada mais justo.
Pois é, meu caro, a coisa está difícil, o Corinthians empatou e Brasília escandaliza como sempre. O tal do poder pode ser tranquilamente considerado um veneno para o povo. Você, que adora destilar suas críticas contra o futebol na mesa do bar, e intitula-se “de esquerda’, jamais irá compreender o verdadeiro sentido o esporte bretão.

Que graça teria a vida sem o jogo?
Chega do noticiário poluído pelos senhores de terno e gravata e suas retóricas desnecessariamente rebuscada. Por isso, há o jogo, a emoção, o grito, o cântico apaixonado numa arquibancada, domingo, às 16h, com o sol refletindo na cara.

Chico Buarque, aquele gênio que foi alvo do discurso de ódio no ano passado, era Fluminense. Cartola, poeta do samba, também torcia para o time das Laranjeiras, inclusive há quem diga que as cores da Mangueira, verde e rosa, são por causa do amor do mestre pelo Flu.
O que é isso, seu cronista, agora você deu de citar essa gente!

Futebol é coisa de gente alienada, é o ópio do povo, é a política do pão e circo dos dias atuais. Bem, amigo, se você pensa assim, lamento, mas o estádio não te é um ambiente familiar. Torcidas, como a Gaviões da Fiel, no fim da década de 1970, protestaram contra a Ditadura Militar, levavam faixas e as estendam nas arquibancadas.

Como represália, a Gaviões passou a ser perseguida pelos milicos. Anos depois, já na gestão interminável do PSDB, em São Paulo, a Fiel também enfrentou perseguições. Desta vez, o homem forte do Poder Público foi o atual Ministro do STF, Alexandre Moraes. Aliás, é dele o esdrúxulo projeto de lei sobre torcida única em São Paulo, em dia de clássico.
Hijo de puta del carajo!

É, amigo botequeiro, futebolístico, vilanovense e, sobretudo, corintiano, o futebol tornou-se elitizado. Os ingressos estão cada vez mais caro, e se você tem tendência de torcer no sofá, com pipocas ao lado, digo-lhe que algo está muito errado contigo e com tradição do brasileiro.

O futebol é do povo, o futebol não é teatro para sentar-se em cadeiras, após pagar R$ 100 pelo ingresso, o futebol é nosso. Precisa de mais?

domingo, 14 de maio de 2017

Crônica do dia das mães

“Mamãe, mamãe, não chore, a vida é isso mesmo, eu vou embora”.

A canção do tropicalista Torquato Neto reverbera no alto-falante sem fio que o doutor Freud inventou. Mamãe, mamãe, não chores, todo jornalista é meio cigano e perambula por este mundo louco e desvairado à procura de melhores oportunidades, às vezes cometemos algumas insanidades, é verdade.

Mamãe, mamãe, lembro-me como se fosse hoje quando te disse que meu destino seriam as redações e as aventuras da escrita, e eis que me tornei um escriba. Os livros de poesia que tu passaste às minhas mãos deliciaram meus olhos, alimentaram minha imaginação e fazem parte de minha biblioteca.
Aquele arroz com feijão e bife quando eu chegava da escola, que cerimônia!, não tem preço que pague. O macarrão com carne moída, que destruía loucamente após a última aula de Educação Física, sempre comi exageradamente (risos)!, ficará em minha cachola para o resto da vida. Isso sem contar as inúmeras vezes que foste ao médico comigo em plena madrugada.

Sem falar nos cafunés, no dengo, nos conselhos sobre mulheres, já na fase adulta, que foram aliviados por doses de cachaça e cerveja. A vida adulta é incompreensível, se aos 20 penso assim, imagine tu aos 40?
A vigília noturna diante das enfermidades que tive, tua sombra gigante na parede do quarto me acalmava. Que mãe bonita, linda e maravilhosa!

Sussurravas umas coisas sobre literatura, que me ajudou no caminho que escolhi trilhar, hoje entendo a importância de todos aqueles livros que me deste na infância e adolescência. Sem contar na música de Taiguara, que ouço ao rabiscar estas linhas,vim a ouvir já homem feito, som bom da porra.

Mamãe, mamãe, não choras, tu ainda verás meu nome na Folha. Temos muito o que reclamar da vida, mas nada além das queixas habituais sobre o cotidiano. Mamãe, mamãe, hoje é teu dia, curta-o e vivia-o da forma que achares melhor. “Acorda, menino, você tem de ir pra aula”, lembro deste mantra que me ajudara a combater a leseira matutina, e tu lembras dele?

Desculpe-me pelo meu mau-humor, amar é deixar o outro em sintonia com suas piadas mais sem graças, triste e envelhecidas, além de aturar grilos, medos e delírios da figura que irá acompanhar todos os teus dias.

Enquanto batuco esta crônica, tu dormes e eu acabo de chegar do boteco com lirismo à ponta dos dedos. Eis que hoje é teu dia, hoje é o dia de todas as mães deste mundo, todavia dedico estas humildes linhas a Andréia Cristiana Tavares, a melhor mãe e companheira do universo.

Forte abraço, mamãe. Beijos.

sábado, 13 de maio de 2017

Atenção: não despreze o Corinthians

Amigo secador, amigo torcedor, começou o campeonato brasileiro. Agora, os corações baterão freneticamente quando seu time jogar, os clássicos terão sabor especial e a festa vai ser toda no embalo de berros apaixonados, pois “aqui é o País do futebol”, meu caro Wilson Simonal.

Os bares estão cheios, fanáticos expõem suas teses nas mesas e batem o martelo: “O Corinthians é perigoso”. Eu, corintiano de coração, fanático e pirado, balanço a cabeça e apenas concordo, nada mais justo.
O Timão, que no início da temporada era algo dos idiotas da objetividade, agora figura, de uma hora para outra, entre os favoritos para levantar a taça. Você deve estar se pensando: mas seu cronista, como o Corinthians é favorito? O time não joga, apenas se defende.

Explico. Historicamente, o Alvinegro optou por defender-se e sempre construiu defesas sólidas. Assim, ganhamos uma Libertadores, em 2012, e um brasileiro, um ano antes. “Sei lá, o futebol de vocês é feio demais”, afirma um amigo, no boteco, em partida contra a Universidad del Chile, na última quarta-feira (10).
Não. Vamos com calma. O leitor atento sabe que futebol, como dizia o doutor Sócrates, aquele mesmo da democracia corintiana, ídolo e xodó da Fiel, “não tem nada a ver com a lógica”. E o futebol bonito, aonde fica, você deve estar me perguntando, com a paciência esgotada?

No gramado, ora. Mas times que foram formados por operários, como o Timão, pouco – ou quase nada – preocupam-se com futebol vistoso. O Corinthians é a esperança de milhares de brasileiros, cuja vida é difícil, por causa da labuta diária. Então, sobra-lhes o futebol, esporte popular, que mexe com as emoções de cada um, de forma diferente.
Talvez você, caro torcedor que me acompanhou até aqui, não concorde com meu ponto de vista, e nem lhe obrigo a aceitar minhas humildes posições futebolísticas. Futebol não tem absolutamente nada a ver com lógica, talvez – e certamente – tem a ver com o drama rodrigueano, mas não com lógica.

A lógica, torcedor, deixe para intelectuais na academia. “Não, no futebol vence o melhor”, diz o amigo botequeiro. Beberico minha cerveja, bato na mesa e brado: “Não, futebol é como a vida, porque há o juiz ladrão, o jogador, que inexplicavelmente, manda a bola para fora, cara a cara com o goleiro, aos 45 do segundo tempo. Então, cara, futebol não é lógica, jamais”.
O sujeito, de uma hora para outra, ficou calado. Bebeu alguns tragos em sua cerveja, e começou a falar de mulher.

Porque futebol, como nos ensinou tio Nelson, não é, nem nunca será, lógico. Se a torcida, de uma hora para outra resolver ficar calada, sem xingamentos, acabou a verdadeira magia do esporte bretão.
Que comece o brasileirão, torcedor, e lembre-se: não despreze este Corinthians. Abraço.

terça-feira, 9 de maio de 2017

Carta aberta ao Tite

Amigo torcedor, por obséquio, este escriba irá redigir uma humilde epistola ao grande personagem do nosso futebol, um tal de Tite, gaúcho de Caxias do Sul, ex-meia do Guarani, campeão do módulo-verde, bom de bola que uma barbaridade!, como diria seu Odinir, ganhou tudo na beirada do campo e fez o Timão libertar-se das Américas.

À epistola: tu abraçaste, Adenor, Deus e o diabo na terra do sol e repetiu a preguiça de Macunaíma dentro das quatro linhas. Talvez fales que minha frase não faz o menor sentido, mas não vou ficar minimamente magoado, tenho dessas insanidades metafóricas no texto.
Mas, professor, levar o Corinthians para o topo da América fora um feito histórico. Teu nome está escrito na história alvinegra.
Primeiramente, obrigado. Por tudo, pelo futebol, pela garra, pelo planejamento, pela gentileza; obrigado por ser Corinthians e honrar o manto sagrado, obrigado por nos levar ao Japão; obrigado Tite. 
Caríssimo Adenor, chega de lirismo desenfreado, imitar Paulo Mendes Campos não é tarefa para poucos, pouquíssimos.  

Fiquei sabendo que o clima na seleção está mais leve do que na era Dunga. Um colega, jornalista, boêmio e fã de futebol cantou a pedra, no boteco: “Tudo que o Tite põe a mão dá certo”.
Balancei a cabeça, concordando, e bebi um gole de cerveja. Sim, tua mão é abençoada, ave Maria, pelos deuses das quadro linhas, tua mente é iluminada, com licença idiota da objetividade, pelas luzes do brilhantismo, pelos postes do planejamento tático.
Tu foste um incompreendido, como naquela fita do Truffaut, pois toda imprensa esportiva, os idiotas da objetividade, não entendiam o que fazias com o Timão, naquele 2012 de meu Deus - Epa: licença poética minha gente, pois não há um homem ateu em dia de clássico ou decisão.
Ora, Corinthians tem de jogar como Corinthians. E tu conseguiste fazê-lo jogar como a Fiel gosta.
Depois o mundo deu voltas. Lembro-me, Tite, que retornaste ao Timão em 2015, com a cuca renovada, olhos atentos para o futebol moderno. Com Jadson e Renato Augusto mandando no meio-campo, conquistamos o hexacampeonato brasileiro.
Em seguida, foste para a Seleção, em crise por conta do conservadorismo e patriarcalismo de Dunga. Capitão do tetracampeonato em 1994, o ex-volante não tinha condições de fazer um trabalho moderno, alegre e simpático.
Este escrevinhador de quinta, Tite, agradece-te pelos serviços prestados ao Timão. E, agora, sem medo de me equivocar, endosso o coro: seu Adenor Leonardo Bachi, popularmente conhecido como Tite, depois da Copa de 2018 para presidente do Brasil!
Esperemos um ano. Enquanto isso, tu vais enfrentar alguns timecos, pelas Eliminatórias, com os passaportes embaixo do braço para a Rússia.
Tu  presidente da República, em 2018. Pense nisso, ao menos. Um abraço corintiano.

domingo, 7 de maio de 2017

Tudo começou em 77

Amigo, como lembraremos o título do Corinthians daqui 40 anos? Ainda ouvimos, lemos e lembramos, sobretudo os mais velhos, como fora a conquista de 77. Se àquela época o Timão precisava sair da fila, hoje a história mudou: neste domingo (7), às 18 horas, foi a vitória da afirmação. A afirmação de que o Timão é maior que tudo e todos.

Nossos avós contam como foi o gol de Basílio, será que no futuro falaremos sobre o passe milimétrico de Jadson, que encontrou Romero livre dentro da área pontepretana? Na primeira tentativa, o atacante paraguaio errou. Mas no rebote, como fez o pé de anjo, em 77, ele não perdoou: 1 a 0. Colocamos a segunda mão na taça.

Autêntico 12° jogador, a Fiel estava com o grito preso na garganta, desde a vitória por 3 a 0, no Moises Lucarelli, na semana passada. Turrona, a Preta empatou aos 38 do segundo tempo. A  Macaca merecia anotar pelo menos um tento.

O Timão, torcedor Alvinegro, louco do bando, não sabe mais o que é ficar na fila, mas segue pulsando com seus cânticos de apoio e incentivo. Aproximadamente 46 mil pessoas foram à Arena, e transformaram-na no estádio que mais lotado do Brasil.

Nos últimos anos, mesmo quando os jogos eram sofríveis, habituamo-nos a ganhar e não toleramos ficar na fila, desesperado por conquistas.

O escudo corintiano é supremo, e brilha porque o Timão não é a quarta força de São Paulo, como alardeavam as mesas-redondas e cronistas tomados pelo óbvio ululante, desculpe Nelson!

Desacreditado, o Corinthians dominou o Paulista. Abalado por crise financeira, o Timão não contou com estrelas, tal qual o rival Palmeiras, que contratou meio mundo. A diretoria resolveu apostar em jovens promessas. No banco de reservas, um treinador inexperiente, pupilo de Tite e estudioso do esporte bretão.

Apesar de bater na trave mais uma vez, a Ponte Preta mostrou-se um rival honesto e integro. Daqui 40 anos, provavelmente, nem estremos usando tablets e smartphones, mas em algum ligar terá imagens da vitória deste domingo (7).

Aguerrido e bem organizado, o Corinthians campeão paulista jogou dentro de suas limitações. E, é claro, o Timão sabe muito bem quais são. Carrile, ainda, quebrou a hegemonia de Mano Menezes e 
Tite, que foram os últimos técnicos que conquistaram título com o Timão.

É bem provável, amigo corintiano e sofredor, que daqui 40 anos lembremos que a década de 2010 foi a década do nosso amado Alvinegro. Este Paulistão foi a nossa sétima conquista. Ganhamos tudo, desde o Estadual ao Mundial, passado pela tal da Libertadores.


Nada disso, contudo, seria possível sem 1977. Tudo começou com o gol de Basílio.

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Corinthians põe mão na taça


Homem do jogo, Rodriguinho marcou dois gols
Eis que a quarta força de São Paulo coloca a mão na taça. Mesas-redondas pautavam que o Timão não teria futebol suficiente para levantar algum troféu neste ano. Mas eles se enganaram, e o Corinthians está mais vivo do que nunca: a pulsão Alvinegra beira os 130 batimentos cardíacos por minutos.
Nos bares, as conversas eram praticamente as mesmas: “É muito difícil enfrentar a Ponte no Moisés Lucarelli”. Bem, meus amigos, a Macaca nunca ganhou de nós, nunca goleou o Timão, nunca levantou um troféu. “Mas a Ponte meteu três no Palmeiras, o melhor time do Brasil”, alguns diziam.
O Corinthians, fiel e louco torcedor Alvinegro, tem tudo para conquistar mais um campeonato paulista. Apenas um milagre, ou se a Ponte acordar à lá Barcelona, vai  roubar o triunfo do Parque São Jorge, apenas um salto alto tirará o título paulista, mais um!, do Timão.
Suspenso da segunda partida, o meia Rodriguinho marcou três dois gols e deu uma assistência. O jogador disse que teria de fazer tudo no primeiro jogo. Segundo ele, a atuação deste domingo, 30, foi sua melhor com a camisa Alvinegra.
“Já que vou ficar fora do outro jogo, tenho que fazer tudo agora. Graças a Deus, fui abençoado e consegui fazer uma bela partida”, afirmou Rodriguinho. Ciente de sua atuação, o meia não quis avaliá-la com nota 10. “Se eu me der nota 10, vou parecer prepotente”, comentou.
Arena
Com a recente eliminação da Copa do Brasil, pelo Internacional, em casa, os torcedores corintianos pensam duas vezes antes de decidir um título na Arena. Mas parece que no próximo domingo vai dar Corinthians. A Ponte tem de retribuir o placar para levar a partida aos pênaltis.

O jornalista Maurício Noriega afirmou que o Corinthians só perde o título se fizer alguma palhaçada com a Ponte. “O resultado que conseguiu aqui (em Campinas) foi absolutamente categórico. Foi um time frio, calculista, cirúrgico”, disse Noriega.
Nas quartas e semifinal, a Ponte Preta eliminou Santos e Palmeiras, sempre vencendo a primeira partida, em casa. Para Maurício Noriega, o Corinthians soube diminuir os espaços da Ponte Preta.
“O Corinthians tirou toda a velocidade da Ponte. Ficou esperando o adversário, muito bem posicionado, com uma distância de, no máximo, 30 metros do Jô para a última linha defensiva.
Ao todo, a equipe disputou 18 jogos na nova casa. Venceu dez, mas foi eliminado nas edições de 2015 e 2016 da Libertadores. Em ambas caiu nas oitavas-de-final. Recentemente, o Timão foi derrotada por Santos, Palmeiras e Inter.
“A Ponte decepcionou e seguirá na fila que vem desde 1900. Timão será 28 vezes campeão”, afirmou Juca Kfouri, em seu blog.