domingo, 28 de setembro de 2014

Ernest Hemingway, o pugilista das letras


Ernest Hemingway, nasceu 21 de julho de 1899 e morreu em 2 de julho de 1961. Viveu em Paris durante a explosão da Geração Perdida. Na capital francesa, conviveu com Scott Fitzgerald, cuja relação fora relatada na obra póstuma ‘Festa em Paris’.

Com porte físico de pugilista, Hemingway era um escritor sensível. Em sua escrita, utilizava o mínimo possível os adjetivos. Suas orações e períodos eram curtos, se aproximando muito da linguagem jornalística.

Seu primeiro romance do sucesso foi ‘O Sol também se levanta’, lançado no ápice da Geração Perdida, no final da década de 1920. Na obra, Hemingway relata um grupo de boêmios ingleses e americanos. A trama da história se desenvolve em Paris e Pamplona. O protagonista é Jacob Barnes, um repórter que volta impotente da Primeira da Guerra e acaba se apaixonando por Lady Brett Ashley, moça fútil que tratava os homens como objetos.

Nota-se que Hemingway criou personagens complicados para ‘O sol também se levanta’, relatando assim, uma geração desiludida com os malefícios acarretados pela guerra. A solidão e morte, temas recorrentes durante a narrativa Hemingwana, são abordados de forma brilhante neste livro.

Ao cobrir a Guerra Cívil espanhola, como jornalista do North American Newspaper Alliance, acabou por aliar-se às forças republicanas que combatiam o fascismo. Este viria a ser o enredo de ‘Por que os sinos dobram’, sua obra-prima, que foi adaptada ao cinema, em 1942.

Foi agraciado com o Nobel da Literatura, na década de 1950, por conta de ‘O velho e o mar’.


Na manhã de 2 de julho de 1961, Ketchum, em Idaho, Hemingway se apoderou de um fuzil de caça e disparou contra a sua cabeça. Seu corpo encontra-se no cemitério de Ketchum, nos EUA. 

sábado, 27 de setembro de 2014

A alma do homem sob o socialismo - Oscar Wilde

"Não se pode medir um homem pelo que ele faz. Um homem pode seguir a lei e ser desprezível. Pode violar a lei, e no entanto ser justo. Pode ser mau, sem nunca ter feito nada de mau. Pode cometer um pecado contra a sociedade, e no entanto alcançar por meio desse pecado a verdadeira perfeição." Oscar Wilde



Oscar Wilde, o grande romancista inglês, marcou a cultura ocidental no final do século XIX. Com seu jeito elegante e libertador, Wilde escreveu seu nome na história das letras. 

Em A alma do homem sob o socialismo, à luz dos acontecimentos do século XIX, Wilde trata o socialismo como uma opção para a humanidade. Porém, para isso, faz-se necessário, que a individualidade seja mantida. Para o artista qualquer espécie de autoridade e propriedade está na causa de todas as deformações sociais.

“Não há necessidade alguma de separar o monarca da plebe: toda autoridade é igualmente má. Há três espécies de déspota. Há o que tiraniza o corpo. Há o que tiraniza a alma. O primeiro chama-se Príncipe. O segundo chama-se Para. O terceiro chama-se povo.”

Assim como em O retrato de Dorian Gray, em A alma do homem sob o socialismo, nos prendemos na prosa wildiana. Naquele havia a traços filosóficos, envolvendo a estética e a maldade humana. Neste, por sua vez, há uma crítica feroz a sociedade e seus desdobramentos em vários segmentos, incluindo a arte.

Segundo Wilde, o artista deixa de ser artista em prol de um trabalho mais acessível a população. O autor ainda citou os romancistas ingleses, como Dickens, para reforçar a sua crença.

“Uma obra de arte é o resultado singular de um temperamento singular. Sua beleza provém de ser o que o autor é, e nada tem a ver com as outras pessoas querem o que querem”


Oscar Wilde é isto: beleza e elegância, em altas doses em sua prosa libertadora e encantadora. 

domingo, 21 de setembro de 2014

Highway 61 Revisited - Bod Dylan

Capa
Em Highway 61 Revisited, Bob Dylan uniu a música folk com rock e blues. Lançado em 1965, o álbum têm os maiores sucessos da carreira de Dylan, como ‘Like Rolling Stone’, ‘Ballad Of a Thin Man’, "Tombstone Blues". O disco foi classificado na quarta colocação na lista dos ‘500 álbum de sempre’ da revista Rolling Stone.


Várias canções de Highway 61 Revisited são intituladas como clássicas da carreira de Dylan. De acordo com o seu site, ele já tocara ‘Like Rolling Stone’ cerca de 2.000 vezes ao vivo, "Highway 61 Revisited" mais de 1.700 vezes, "Ballad of a Thin Man" mais de 1.000 vezes. Até os Rolling Stones gravaram uma versão da canção, no álbum ‘Stripped’, de 1995. Ambos interpretaram em dueto no Rio de Janeiro, no ano de 1998.

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Metafísica sonora


São dois discos, ambos com treze músicas.

Absolutamente incrível, arrisco a dizer que seja o melhor álbum de rock já produzido.

A temática da obra, assinada intelectualmente por Roger Waters e musicalmente por David Gilmour, é de cunho extremamente filosófico. O baixista discorria sobre a alienação.

A própria capa do disco nos diz isto.

Waters, gênio.

Gilmour, igualmente, porém em outro segmento. Um era o cabeça intelectual. O outro, musical. Gilmour faz falta a Waters e vice e versa. Um completa o outro.

Em The Dark Side Of the Moon, Waters abordou a corrida do homem. Alguns arriscam a dizer que o disco é marxista. Contudo, o conteúdo ideológico é extremamente brilhante. Waters tratou da correria do homem, enfezada no poder aquisitivo, que tudo pode comprar, como fica explícito em Money.

E a obra é finalizada com Brain Damage e Eclipse.

Precisa dizer alguma coisa?

Em contrapartida, em Wish You Were Here, a indústria fonográfica foi o alvo das críticas. Syd Barret, fundador e primeiro guitarrista da banda, afastado por causa do uso excessivo de LSD, foi homenageado em Shine On You Crazy Diamond. Porém, é em Have Cigar que a contestação está presente.

Não podemos deixar de lado o maravilhoso solo de Gilmour, em Have Cigar. Simplesmente uma maravilha do rock. A sua guitarra parecia fazer parte do seu corpo, tamanha a familiaridade e carinho com ela.

Certa vez, Gilmour disse que sentia dificuldade em tocar determinadas notas. Não obstante, a escala pentatônica, tem uma bela e significante amizade com um dos maiores guitarristas da história do rock e da música. Coisa bela de se ver.

Nas cinco faixas que compõem Animals, Gilmour destacou-se em Pigs e Dogs. Esta última uma preciosidade artística.

Waters tirou a ideia e a temática de Animals, do livro ‘A Revolução dos bichos’ de George Orwell. A obra possui uma crítica ferrenha aos Estados autoritários que vigoraram na Europa no século XX, sobretudo a URSS, ditadura comunista, comandada por Stalin.

Agora, enfim, chegou The Wall.

O disco praticamente acabou com o Pink Floyd. Após o seu lançamento, o conjunto ficou sobre o ‘comando’ de Waters. Os músicos pareciam contratados pelo baixista.

Depois veio The final cut. Ruim. Waters imaginou que faria novamente um ‘The Wall’.

Mas The Wall é daqueles que ficaram eternizados na história da arte, porque não saem todos os dias, e nem se é produzido em série.

Nick Mason, Richard Whight, David Gilmour e Roger Waters, estão com os nomes marcados nos corações, nas mentes, nos ouvidos e nas vitrolas de muitos amantes deste gênero maluco, chamado rock and roll.


Viva o Pink Floyd!