Amigo
torcedor, por obséquio, este escriba irá redigir uma humilde epistola ao grande
personagem do nosso futebol, um tal de Tite, gaúcho de Caxias do Sul, ex-meia
do Guarani, campeão do módulo-verde, bom de bola que uma barbaridade!, como
diria seu Odinir, ganhou tudo na beirada do campo e fez o Timão libertar-se das
Américas.
À epistola: tu abraçaste, Adenor, Deus e o diabo na terra do sol e repetiu a preguiça de Macunaíma dentro das quatro linhas. Talvez fales que minha frase não faz o menor sentido, mas não vou ficar minimamente magoado, tenho dessas insanidades metafóricas no texto.
Mas,
professor, levar o Corinthians para o topo da América fora um feito histórico.
Teu nome está escrito na história alvinegra.
Primeiramente,
obrigado. Por tudo, pelo futebol, pela garra, pelo planejamento, pela gentileza; obrigado por ser Corinthians e honrar o manto sagrado, obrigado por nos levar ao Japão; obrigado Tite.
Caríssimo Adenor, chega de lirismo desenfreado, imitar Paulo Mendes Campos não é tarefa para poucos, pouquíssimos.
Fiquei sabendo que o clima na seleção está mais leve do que na era Dunga. Um colega, jornalista, boêmio e fã de futebol cantou a pedra, no boteco: “Tudo que o Tite põe a mão dá certo”.
Balancei
a cabeça, concordando, e bebi um gole de cerveja. Sim, tua mão é abençoada, ave Maria, pelos deuses das quadro linhas, tua mente é iluminada, com licença idiota da objetividade, pelas luzes do brilhantismo, pelos postes do planejamento tático.
Tu foste um incompreendido, como naquela fita do
Truffaut, pois toda imprensa esportiva, os idiotas da objetividade, não
entendiam o que fazias com o Timão, naquele 2012 de meu Deus - Epa: licença poética minha gente, pois não há um homem ateu em dia de clássico ou decisão.
Ora,
Corinthians tem de jogar como Corinthians. E tu conseguiste fazê-lo jogar como
a Fiel gosta.
Depois
o mundo deu voltas. Lembro-me, Tite, que retornaste ao Timão em 2015, com a
cuca renovada, olhos atentos para o futebol moderno. Com Jadson e Renato
Augusto mandando no meio-campo, conquistamos o hexacampeonato brasileiro.
Em
seguida, foste para a Seleção, em crise por conta do conservadorismo e
patriarcalismo de Dunga. Capitão do tetracampeonato em 1994, o ex-volante não
tinha condições de fazer um trabalho moderno, alegre e simpático.
Este
escrevinhador de quinta, Tite, agradece-te pelos serviços prestados ao Timão.
E, agora, sem medo de me equivocar, endosso o coro: seu Adenor Leonardo Bachi,
popularmente conhecido como Tite, depois da Copa de 2018 para
presidente do Brasil!
Esperemos
um ano. Enquanto isso, tu vais enfrentar alguns timecos, pelas Eliminatórias,
com os passaportes embaixo do braço para a Rússia.
Tu presidente da República, em 2018. Pense
nisso, ao menos. Um abraço corintiano.
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