domingo, 31 de julho de 2016

Os cânceres do Brasil

Sempre me intrigou saber por que um sujeito decide filiar-se ao PMDB, DEM e PSDB. O que passa pela cabeça do cara ao fazer parte deste bando de gangsteres? Como ele é visto pelos amigos? Como o tratam? Não adianta. O PMBD, DEM e PSDB são o câncer do Brasil. É uma metástase que alastrou-se às luzes de abril de 1964.

Sim, tem de ser feita uma distinção. É extremante tênue, mas necessária. Por exemplo: o PMDB de Requião é o mesmo PMDB de Cunha e seus comparsas? Um candidato do PMDB sabe que a classe mais vulnerável, os pobres, tem de vender o seu voto. Só assim chegarão ao poder. Os outros partidos, PSDB e DEM, são como um salafrário em busca de seu alvo.

O PMDB veio do MDB. É preciso fazer a arqueologia da criminalidade. Ninguém percebeu com mais lucidez as intenções do MDB, do que Leonel Brizola. Ele afirmava que o partido não inspirava confiança alguma. Nasceu no ventre do golpe de 1964, foi idealizado e criado pelo Marechal Castelo Branco e teve total apoio dos golpistas. Originou-se da ala moça do antigo UDN, partido de ultra-direta, que tinha como expoente mor, Carlos Lacerda.

O DEM e o PSDB, por suas vezes, foram criados nos anos 80. No período, o Brasil vivia entremeado de esperanças. Era um futuro que nascia, em frente aos olhos da população, que vivera vinte anos sob a batuta dos fardados. Em 1985, o PFL – partido que dera origem ao DEM – integrou a base aliada do governo Tancredo Neves – que nunca chegara a assumir, por razões que conhecemos. Já o PSDB, tinha propósitos sociais-democrata. O sociólogo Fernando Henrique Cardoso, que em outrora fora filiado ao PMDB, idealizo-o e criou-o junto de Mário Covas. Era uma luz, falaciosa, que despontava no fim do túnel.

Endeusado como um mártir da democracia, Ulysses, em 8 de abril de 1964, ajudou a redigir o Ato Institucional Número 1. Ulysses desejava que a cassação dos direitos políticos durassem quinze anos, e não dez. Com escreveu, em sua coluna na revista Caros Amigos, o sociólogo Gilberto Vasconcellos afirmou que o mandatário peemedebista não queria conceder anistia a Brizola.

Que caneta poderosa segurava o dr. Ulysses!

E o mais maluco de tudo: o cara passa por janguista por sido ministro da Justiça de João Goulart. Aliás, inúmeros ministros desse governo nada tinham de janguistas. Lembremo-nos de Roberto Campos e Franco Montoro.

Desta bagunça saíram Fernando Henrique Cardoso, José Serra e os pequenos burgueses que criaram, em 1988, o PSDB. No poder, os tucanos se esqueceram de suas bandeiras. FHC, um notório sociólogo, cujo mestre fora o brilhante Florestan Fernandes, esqueceu tudo o que lera e escrevera em sua carreira acadêmica. Em Brasília, ele flertou com o neoliberalismo e dançou sua música. Estatais foram saqueadas e vendidas – num dos períodos mais nebulosos de nossa jovem democracia.

Hoje, Serra tem um plano genial: entregar aos gringos a Petrobras, com evidências na telenovela Lava-Jato. Serra é o maior exemplo da herança do PMDB. Acha-se superior intelectual e pessoalmente. Todavia, o tucano deve-nos explicações sobre o que, de fato, acontecera no período da privataria tucana – cujas privatizações foram relatadas pelo jornalista Amauri Ribeiro Júnior, em livro homônimo.

As multinacionais conseguiram instituir o terror psicológico. Dilma fora afastada. Se a Petrobras for entregue ao capital internacional, como deseja o pensador José Serra, a Lava-Jato vai acabar. Ora, como dar credibilidade a uma operação que não pôs nenhum tucano no xilindró? Como confiar num juiz que nunca encarcerou nenhum tucano no rombo do Banestado? Parece uma brincadeira jocosa, de muita criatividade, alias. Temos de reconhecer, não é? Eventualmente tenho a leve impressão de que estou num romance fantástico de Gabriel García Marquez.

Com a entrega da Petrobras aos gringos, o preço do petróleo vai abaixar. É mais ou menos o que aconteceu com o plano real, em meados da década de 1990. Para gringo ver e adorar.

Vender a Petrobras é um crime contra o povo. Equívoco dessas mentes brilhantes, para usar a expressão de Bautisa Vital, é relacionar a estatal apenas ao petróleo, que está se exaurindo e do qual todos os países querem ver-se livre, por conta de seu caráter anti-ecológico.

Com a privatização da Petrobras, não tenhamos dúvida de que o imperialismo terá uma sobrevida de, mais ou menos, um século. 

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