domingo, 17 de julho de 2016

Vamos falar do golpe?

Temos de falar sobre o jornalismo brasileiro e seu lead safado que condena puta, preto e petista – e que, corriqueiramente, agrada um juiz de primeira instância. O resto, bicho, é apenas tornozeleira eletrônica ou, se for tucano, amizades influentes. Mas nunca, nunca xilindró. Fico com uma pergunta rodando minha psique: será que somos todos iguais perante a lei? Sinceramente, não sei.

Que prendam os petistas, se eles devem na esquina. Mas não só por que são petistas. O juiz Moro – ídolo dos privilegiados – nunca encarcerou nenhum tucano no rombo do Banestado - talvez a maior pilantragem que ocorrera no Brasil. Mas quem foi que disse que isso interessa a imprensa brasileira, não é mesmo?

Deixe pra lá esses questionamentos, seu cronista. Para. Chega. O juiz dos cidadãos de bem deve ter seus motivos. Neste caso, ele que se explique, ora.

Contudo, temos de falar sobre o jornalismo brasileiro e seu lead safado que julga preto, pobre, puta e petista. Não sou puta, se fosse...

Na verdade, não sou porra nenhuma. Todavia sou um entusiasta do governo Lula – o melhor presidente que o Brasil teve, o sujeito que colocara o Nordeste no mapa. Grande Lula!

Cara, lembre-se disso: só há uma justiça, e é a que vale pra todos. Se o sujeito têm umas cifras no bolso e pode comprá-la, sinto muito, mas não é justiça. Não adianta os telejornais foderem só um lado, até minha mãe – que sabe das coisas da vida – tem noção de que tem de haver isenção num julgamento jurídico. Não adianta.

O Brasil que se vê nos jornais é o Brasil que decidiu abraçar o golpe. É o Brasil da minoria. É a república dos evangélicos. É a república da bala, da barganha, do boi. É o Brasil que cortará direitos trabalhistas, conquistados à duras penas. É o Brasil que abraça o padrão, e empurra o trabaiadô a uma jornada de 80 horas semanais.

Que triste.

Triste, mesmo. Porém, é óbvio que a esquerda brasileira, de tão desunida, acaba jogando o jogo da direita e dançando a vinheta do JN. Estamos num golpe, talvez o maior de nossa história, que ocorre aos poucos. E em silêncio. Temo pelo desfecho.

Deixe quieto.

Deixe quieto é o caralho, porra! Nossa! Por que tanto palavrão? Cadê o habitual lirismo, que você aprendeu, nobre cronista, com o mestre Paulo Mendes Campos? Cadê?

Foda – eu sei que palavrão é chulo. Contudo, nessas horas a gente quer mesmo mandar a direita pra puta que o...

O que mais me deixa intrigado é ver poucas pessoas nas ruas.

Perdão. Há gente nas ruas, sim. Os brasileiros de verdade, aqueles que esperam desde 1500 pela reforma agrária, estão na peleja. E eu, sem dúvidas, estou com eles.

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