Temos de falar sobre o jornalismo
brasileiro e seu lead safado que condena puta, preto e petista – e que,
corriqueiramente, agrada um juiz de primeira instância. O resto, bicho, é
apenas tornozeleira eletrônica ou, se for tucano, amizades influentes. Mas
nunca, nunca xilindró. Fico com uma pergunta rodando minha psique: será que somos
todos iguais perante a lei? Sinceramente, não sei.
Que prendam os petistas, se eles
devem na esquina. Mas não só por que são petistas. O juiz Moro – ídolo dos
privilegiados – nunca encarcerou nenhum tucano no rombo do Banestado - talvez a
maior pilantragem que ocorrera no Brasil. Mas quem foi que disse que isso interessa
a imprensa brasileira, não é mesmo?
Deixe pra lá esses
questionamentos, seu cronista. Para. Chega. O juiz dos cidadãos de bem deve ter
seus motivos. Neste caso, ele que se explique, ora.
Contudo, temos de falar sobre o
jornalismo brasileiro e seu lead safado que julga preto, pobre, puta e petista.
Não sou puta, se fosse...
Na verdade, não sou porra nenhuma.
Todavia sou um entusiasta do governo Lula – o melhor presidente que o Brasil teve,
o sujeito que colocara o Nordeste no mapa. Grande Lula!
Cara, lembre-se disso: só há uma
justiça, e é a que vale pra todos. Se o sujeito têm umas cifras no bolso e pode
comprá-la, sinto muito, mas não é justiça. Não adianta os telejornais foderem
só um lado, até minha mãe – que sabe das coisas da vida – tem noção de que tem
de haver isenção num julgamento jurídico. Não adianta.
O Brasil que se vê nos jornais é
o Brasil que decidiu abraçar o golpe. É o Brasil da minoria. É a república dos
evangélicos. É a república da bala, da barganha, do boi. É o Brasil que cortará
direitos trabalhistas, conquistados à duras penas. É o Brasil que abraça o
padrão, e empurra o trabaiadô a uma jornada de 80 horas semanais.
Que triste.
Triste, mesmo. Porém, é óbvio que
a esquerda brasileira, de tão desunida, acaba jogando o jogo da direita e dançando
a vinheta do JN. Estamos num golpe, talvez o maior de nossa história, que
ocorre aos poucos. E em silêncio. Temo pelo desfecho.
Deixe quieto.
Deixe quieto é o caralho, porra!
Nossa! Por que tanto palavrão? Cadê o habitual lirismo, que você aprendeu,
nobre cronista, com o mestre Paulo Mendes Campos? Cadê?
Foda – eu sei que palavrão é chulo. Contudo, nessas horas a gente quer mesmo mandar a direita pra puta que o...
O que mais me deixa intrigado é
ver poucas pessoas nas ruas.
Perdão. Há gente nas ruas, sim. Os
brasileiros de verdade, aqueles que esperam desde 1500 pela reforma agrária,
estão na peleja. E eu, sem dúvidas, estou com eles.
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