Em Goiânia, há mulheres bonitas. E muitas. Daquelas que a
gente olha e, logo, sente-se hipnotizado. Ruiva, loira, morena. Não importa.
Elas estão aí, bem na tua cara. E você está trancado dentro de casa, com o
aparelho celular em mãos, esperando um telefonema que, talvez, nem existirá.
Saia. Abra a janela. Abrace o sol. Beije a lua. E viva. Jogue
o smartphone pelos ares. Grite o nome de uma garota às 4h da madrugada. Recite
poemas. Escreva poemas. Ouça blues. Leia Baudelaire, Rimbaud e William
Blake. Reflita sobre o mundo. Ninguém é sério na juventude.
O mundo é conectado. As pessoas são ligadas em seus aparelhos celulares. Outro dia, espantei-me com meu whatsapp, que apitou às 3h da madrugada. Imagine: você é acordado, e pelo celular!
Viva o dia. Viva a noite. Uma boa gozada é o sopro da
eternidade em seus ouvidos. Liberta. Revigora. Alivia. Hemingway escreveu que o
homem experimenta a eternidade em poucos momentos, e um desses momentos é
justamente o clímax. A gente pega na mão
eternidade, beija e diz: “a vida é bela.”
Porém, a chama se apagará. E a música acabará. E o poeta
fechará o livro. Precisamos quebrar a rotina. Precisamos declamar poemas à
noite, de madrugada, embriagados de prazer e sabedoria. Precisamos amar.
Precisamos nos desprender dos paradigmas que herdamos. Precisamos, plenamente,
da vida, do gozo, do prazer. Sobretudo, do prazer!
Pelas calçadas da ansiedade, os homens não olham pro
horizonte. É tudo na tela, e para a tela. Ali, nas teclas, estabelecem-se as
relações humanas. Hoje, em meu ritual diário, assustei-me. Abri o site do
Estadão e me deparei com uma manchete sobre sexo. O título da matéria já era
desolador: “Sexo: quais são suas
preocupações?”
Curioso, cliquei no link. E me arrependi. Só confirmou
aquilo que suspeitava: a caretice. O medo do prazer. Medo de não conseguir
satisfazer o parceiro. Estamos excessivamente preocupados em receber, e não em
dar. Estamos usando o sexo como algema, e não como chave.
Vamos quebrar a monotonia. E sair por aí, sem hora, nem
destino. Vamos andar, apenas. E ver aonde chegaremos. Vamos escrever cartas
líricas, numa era tecnológica. Vamos ler o poeta Federico Garcia Lorca, e
tampar nossa visão com amor – porque somente ele pode transformar o mundo.
Como tem mulher linda em Goiânia.
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