segunda-feira, 4 de julho de 2016

Como tem mulher bonita em Goiânia

Em Goiânia, há mulheres bonitas. E muitas. Daquelas que a gente olha e, logo, sente-se hipnotizado. Ruiva, loira, morena. Não importa. Elas estão aí, bem na tua cara. E você está trancado dentro de casa, com o aparelho celular em mãos, esperando um telefonema que, talvez, nem existirá.

Saia. Abra a janela. Abrace o sol. Beije a lua. E viva. Jogue o smartphone pelos ares. Grite o nome de uma garota às 4h da madrugada. Recite poemas. Escreva poemas. Ouça blues. Leia Baudelaire, Rimbaud e William Blake. Reflita sobre o mundo. Ninguém é sério na juventude.

O mundo é conectado. As pessoas são ligadas em seus aparelhos celulares. Outro dia, espantei-me com meu whatsapp, que apitou às 3h da madrugada. Imagine: você é acordado, e pelo celular!

Viva o dia. Viva a noite. Uma boa gozada é o sopro da eternidade em seus ouvidos. Liberta. Revigora. Alivia. Hemingway escreveu que o homem experimenta a eternidade em poucos momentos, e um desses momentos é justamente o clímax.  A gente pega na mão eternidade, beija e diz: “a vida é bela.”

Porém, a chama se apagará. E a música acabará. E o poeta fechará o livro. Precisamos quebrar a rotina. Precisamos declamar poemas à noite, de madrugada, embriagados de prazer e sabedoria. Precisamos amar. Precisamos nos desprender dos paradigmas que herdamos. Precisamos, plenamente, da vida, do gozo, do prazer. Sobretudo, do prazer!

Pelas calçadas da ansiedade, os homens não olham pro horizonte. É tudo na tela, e para a tela. Ali, nas teclas, estabelecem-se as relações humanas. Hoje, em meu ritual diário, assustei-me. Abri o site do Estadão e me deparei com uma manchete sobre sexo. O título da matéria já era desolador:  “Sexo: quais são suas preocupações?”

Curioso, cliquei no link. E me arrependi. Só confirmou aquilo que suspeitava: a caretice. O medo do prazer. Medo de não conseguir satisfazer o parceiro. Estamos excessivamente preocupados em receber, e não em dar. Estamos usando o sexo como algema, e não como chave.

Vamos quebrar a monotonia. E sair por aí, sem hora, nem destino. Vamos andar, apenas. E ver aonde chegaremos. Vamos escrever cartas líricas, numa era tecnológica. Vamos ler o poeta Federico Garcia Lorca, e tampar nossa visão com amor – porque somente ele pode transformar o mundo.

Como tem mulher linda em Goiânia. 

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