Porra. A birita. Sempre ela, cara. Quando a gente dá o
primeiro trago, a coisa caminha a passos largos e efusivos. Vai-se prum destino
desconhecido, que mais parece uma catarse dionisíaca. A prudência é uma solteirona chata, sedenta por prazer. Somos as peças do tabuleiro. O galã fala pra mocinha: dê-me as
mãos. Eu sou o poeta. Eu sou foda. Eu sou, apenas, um aspirante a artista que
já chegou à beira da loucura algumas vezes. Nesses momentos, temos apenas a
garrafa e uma mulher – se der sorte. Levo as mãos ao bolso. Não encontro grana.
Tenho apenas um cartão de crédito. E ainda falam em loucura. O sujeito
que inventara este pequeno objeto de plástico é pirado. Com ele, faz-se
compras, paga-se a foda, a breja, o ácido, o fumo. Mas esquecemo-nos de que
somos responsáveis pela nossa liberdade. Os versos não são declamados, tampouco
as ideias. Não há estilo. Conheci mais caras com estilo nas ruas, nos bares, na
esbórnia da vida, do que no banco das faculdades. Hunter Thompson, quando
estourou os miolos, tinha estilo. E Ginsberg ao escrever seus delírios nietzschianos. E Walt Whitman ao trepar com marinhos, em
Nova Iorque, no século XIX. E Henry Miller que sentira o desespero, na França. Você, garota, tem o paraíso no meio das pernas. As coisas são como são, e não adianta
merda nenhuma.
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