Expulsão de Gabriel esquentou o clima, no dérbi |
Para
a partida, a Arena Corinthians foi colorida com os sinalizadores da Gaviões da
Fiel. Antes de começar o confronto, os torcedores protestaram contra a
modernização do futebol. Trinta e um mil pessoas gritaram o tempo todo,
cobrando o time em campo e, principalmente, amedrontando o rival.
O
alviverde, realmente, é uma equipe melhor que a nossa. Jogam um futebol veloz,
que busca o gol, além de terem várias estrelas. Modestamente, estamos ainda construindo
um time e nos preocupamos em não levar gol para conseguir anotá-lo na sequência.
A luta, o sofrimento, a superação fazem parte do dia-a-dia dos corintianos.
Assim quebramos um jejum de 23 anos, em 1977, e ganhamos uma Libertadores, 2012.
Assim quebramos um jejum de 23 anos, em 1977, e ganhamos uma Libertadores, 2012.
Cem
anos depois de se encontrarem pela primeira vez, alvinegros e alviverdes
fizeram o 357º dérbi da história. Em casa, o Timão apostou na mitologia que
construiu para driblar as adversidades, ultrapassando falha grotesca da
arbitragem e, psicologicamente, não deixando-se abalar.
Mas
nem tudo pode ser perfeito. E, convenhamos, se o futebol é a representação da
vida não há perfeição alguma no esporte bretão. Impulsionado por sentimentos
devastadores, o arbitro do jogo, Thiago Duarte Peixoto tirou o segundo cartão
amarelo e mostrou para o volante corintiano, Gabriel. Até aí, tudo bem.
O camisa, todavia, 5 sequer participou do lance. Maycon puxou a camisa de
Kenon, e o assoprador de apito mandou Gabriel para o chuveiro, mas o jogador ficou alguns minutos em campo, chutando garrafas de água à beira do gramado e
recusando-se a sair dali.
Imagens
da Globo mostram o juiz conversando com os auxiliares logo após sacar o cartão vermelho. “Não é o Gabriel”,
assinala Thiago. Nas arquibancadas, as palavras eram uníssonas: “Juiz filha da
puta”. A cretinice aconteceu aos 45 minutos do primeiro tempo, e afetou a
equipe alvinegra, que ficou com um a menos.
Estava
difícil sair um gol. Lembro-me dos clássicos que vi, entre Corinthians e
Palmeiras. Mas havia ali, na Arena, um espetáculo à parte, chamado Gaviões da
Fiel. A torcida não quis nem saber e soltou um sinalizador, transformando a
áurea do confronto e indo em desencontro com a liminar concedida por Alexandre
de Moraes, que impôs torcida única nos clássicos paulistanos.
Verdadeira
festa. Uma festa regada a indignações, sofrimentos e muitos, muitos xingamentos.
Ser corintiano, para parafrasear Rita Lee, é gostar de sofrer, e continuar
adorando o Timão. Porque o Corinthians é paixão avassaladora, e você não tem
muita escolha a não aderir ao bando de incandescidos que torcem e entoam cânticos
nas ruas, no estádio e na mesa do bar.
O
jogo tinha tudo para findar com aquele zero chato no placar e, caso ele
continuasse, os torcedores deveriam ser reembolsados de seus ingressos. Nada é
mais injusto e irresponsável do que pagar e assistir um jogo truncado, sem
grandes emoções.
Futebol é a bola na rede. É o que a Gaviões quer ver. É o que eu quero ver.
Futebol é a bola na rede. É o que a Gaviões quer ver. É o que eu quero ver.
Sem
alternativas, Carille pôs Jô em campo e o atacante decidiu a partida aos 42 do
segundo tempo, após falha do Palmeiras. Nas arquibancadas, os torcedores gritavam
“vamo, vamo Corinthians, esse jogo, teremos que ganhar”.
Era de arrepiar. A vitória estava encaminhada. O Timão precisava apenas controlar o ímpeto ofensivo do Palmeiras. Até agora estava tudo certíssimo... mesmo com a ajuda do senhor Thiago ao Crefisa F.C.
Era de arrepiar. A vitória estava encaminhada. O Timão precisava apenas controlar o ímpeto ofensivo do Palmeiras. Até agora estava tudo certíssimo... mesmo com a ajuda do senhor Thiago ao Crefisa F.C.
Falem
o que quiser: a vitória no dérbi foi a coisa mais justa do mundo.
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