O
ano está chegando ao fim. E este escriba vagabundo, frequentador dos bares
goianienses e pontagrossenses, preparou uma pequena lista com as seis músicas
obrigatórias para se ouvir entorpecido e, de preferência, quando o álcool tiver
correndo nas veias, lá pelas tantas da boemia.
Qual
bêbado nunca chamou o garçom na mesa e destilou suas lamúrias amorosas? Ou
soltou as piadas mais sórdidas para o cara do caixa? Se você é daqueles que
integram o grupo dos politicamente corretos, há algo erradíssimo contigo e aconselho
uma vistoria delicada em teus mandamentos bebum.
Mas,
amigo cervejeiro, se você espera canções no idioma do tio-sam, desista deste
texto solitário e bêbado. No boteco da esquina, ninguém lhe contemplará ao pôr
Pink Floyd, tampouco Beatles. É mandamento: Floyd numa junkebox é
demonstrar toda sua petulância e insensibilidade lírica e alcoólica, e Beatles funciona em
outros momentos, menos durante o furor etílico.
Vamos
lá, porque a cerveja logo vai esquentar e eu preciso molhar a palavra.
1
– Desejo de amar – Crystian e Ralf
É indispensável, sobretudo se o sujeito tem a imagem da moça gravada no inconsciente. “Esse seu corpo/Me deixa doente/ Quando passa por mim”. Não precisa dizer mais nada.
2
– Toda mulher – Wando
Do rei das calcinhas. Só quem já colecionou a vestimenta mais íntima das mulheres e se derrete pelo jeito delas vai se identificar com a letra. Viva o eterno porta-voz dos biriteiros e putos deste país.
3
– Cerveja – Leandro e Leonardo
“Hoje
é sexta-feira/Caia na cerveja”. Indispensável após aquele dia infernal na
firma. A música fala por si só, e qualquer tentativa barata de explicar o som
dos goianos e criticas pseudo-intelectuais não funcionarão. Entendeu?
4
–Naquela mesa – Nelson Gonçalves
Difícil
escolher uma deste cara, todavia estes versos são aos boêmios de carteirinha:
“Boemia, aqui me tens de regresso/E suplicante te peço a minha nova inscrição./
Voltei pra rever os amigos que um dia/ Eu deixei a chorar de alegria”.
5
- Vai trabalhar, vagabundo – Chico Buarque
Trilha
sonora do clássico filme de 1972, estrelado por Hugo Carvana, Paulo César
Pereio e Nelson Xavier. A fita conta a história de dois jogadores de sinuca
aposentados (Pereio e Xavier), que se enfrentam numa partida final, e um
malandro (Carvana), responsável por induzi-los ao confronto. Chico Buarque
compôs a música de abertura do filme.
6
– Mil e uma noite de amor – Pepeu Gomes
Fundador
dos Novos Baianos, Pepeu Gomes compôs este clássico no início dos anos 80.
Imediatamente, a música se tornou um hit e foi tocada nas rádios pelo Brasil.
“Não me engana/Vem beleza humana/Fica ao meu lado/Preciso de amor”. No começo
da bebedeira, Mil e uma noites de amor é essencial.
Sentiu
falta de alguma música? Deixe-a nos comentários.
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