A música. Claro, jamais pode faltar. O que seria da vida sem
a representação sonora? Os instrumentos representam a realidade. Eles expressam
sentimento, seja de repulsa ou de resolução das convenções. Ouvimos um som. E é bom degustá-lo.
Nada soluciona os problemas. Tentamos domá-los, mas o esforço é em vão. Então bebemos, porque é a única solução. Enchemos copos e
mais copos de destilados. Fodemos. E amamos. Apaixonamo-nos, para no final,
dizermos: “acabou”. O quê acabou? A vida? Não crie expectativas. Nem tudo vale
a pena. Viver é a arte de saber lidar com os outros.
Morrison acertou: "as pessoas são estranhas". Vivem em função de expectativas baratas e superficiais. Não pensam, nem agem. Pedem por revolução, sem olhar ao lado. Revolução, revolução, revolução... porra!
Henry Miller, em Sexus – a crucificação encarnada – disse que
adorava a boceta de sua ex-mulher. Ela olhou-o, com ares de desprezo e repulsa,
e falou-lhe: “Tenho nojo de você”. Miller retrucou, educadamente: “A sua boceta
é o que tem de melhor”. O escritor apenas cultiva histórias na vida para
escrevê-las. "Por que você ainda continua me amando?", perguntou a ex-mulher. "Ninguém está amando aqui. Isso é paixão. Que mal há nisso", retrucou Miller.
Vivemos e criamos ideias. Nutrimos valores fúteis para
entramos na roda. Executamos, executamos e executamos pensamentos de outros. Bebemos. E conversamos e discutimos sobre o mundo e a
realidade.
Sociedade do consumo e do individualismo. Os burocratas
entram em seus carros luxuosos e sobem os vidros. Ali, eles ficam isolados da
realidade cruel e injusta. “São todos uns vagabundos”, bradam, protegidos pelos seus
ternos de mil reais.
Tudo é ilusão. Por que
definimo-nos como de esquerda e de direita? Se não lermos o best-seller, somos
classificados como incultos. “Que capa viajada”, mostrou-me uma garota, na sua
felicidade e futilidade elitista.
Foda-se. Vivas à sua maneira. Prefiras dialética ao pragmatismo.
Cultives arte a ciência. Entendas a vida. Faças sexo.
A arte nasce aí.
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