terça-feira, 12 de maio de 2015

Pra quê?

A música. Claro, jamais pode faltar. O que seria da vida sem a representação sonora? Os instrumentos representam a realidade. Eles expressam sentimento, seja de repulsa ou de resolução das convenções. Ouvimos um som. E é bom degustá-lo.

Nada soluciona os problemas. Tentamos domá-los, mas o esforço é em vão. Então bebemos, porque é a única solução. Enchemos copos e mais copos de destilados. Fodemos. E amamos. Apaixonamo-nos, para no final, dizermos: “acabou”. O quê acabou? A vida? Não crie expectativas. Nem tudo vale a pena. Viver é a arte de saber lidar com os outros. 

Morrison acertou: "as pessoas são estranhas". Vivem em função de expectativas baratas e superficiais. Não pensam, nem agem. Pedem por revolução, sem olhar ao lado. Revolução, revolução, revolução... porra!

Henry Miller, em Sexus – a crucificação encarnada – disse que adorava a boceta de sua ex-mulher. Ela olhou-o, com ares de desprezo e repulsa, e falou-lhe: “Tenho nojo de você”. Miller retrucou, educadamente: “A sua boceta é o que tem de melhor”. O escritor apenas cultiva histórias na vida para escrevê-las. "Por que você ainda continua me amando?", perguntou a ex-mulher. "Ninguém está amando aqui. Isso é paixão. Que mal há nisso", retrucou Miller.

Vivemos e criamos ideias. Nutrimos valores fúteis para entramos na roda. Executamos, executamos e executamos pensamentos de outros. Bebemos. E conversamos e discutimos sobre o mundo e a realidade.

Sociedade do consumo e do individualismo. Os burocratas entram em seus carros luxuosos e sobem os vidros. Ali, eles ficam isolados da realidade cruel e injusta. “São todos uns vagabundos”, bradam, protegidos pelos seus ternos de mil reais.

Tudo é ilusão. Por que definimo-nos como de esquerda e de direita? Se não lermos o best-seller, somos classificados como incultos. “Que capa viajada”, mostrou-me uma garota, na sua felicidade e futilidade elitista.

Foda-se. Vivas à sua maneira. Prefiras dialética ao pragmatismo. Cultives arte a ciência. Entendas a vida. Faças sexo.

A arte nasce aí.

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