Graciosa dama. Teus olhos cegam-me. Perco-me no emaranhado
deles. Sinto-os a penetrar minha alma, e sacudi-la. Teu peito parece uma
cítara, anseio em tocá-lo. Teu coração bate neste ventre onde o sexo és vivo.
Deixe-me intimidado. A tua voz, suave, leve, solta, leva-me a outra dimensão
introspectiva. Eu sonho em beijá-la. Eu queria beijá-la. Eu quero beijá-la.
Talvez seja uma simples paranoia de um bêbado. Ou não. É difícil falar
dessas coisas. A vida impõe-nos assuntos complexos. E nós evitamos. Alguns
tentam arranjar explicações psicanalíticas, políticas – intelectualizam – a sua
derrota. Eu apenas sigo em frente. Encho meu copo com algum destilado. Bebo.
Gosto da vida de bêbado. Vivo para a criação. “Os inteligentes não nutrem
expectativas”, escreveu Dostoievski - o melhor psicólogo, segundo Nietzsche. Vamos
brindar o amor, graciosa dama. Penso nas avenidas do teu corpo. Penso no caminho de tuas pernas. Os teus lábios, polpudos, desejo-os, simplesmente.
Angario percorrer o teu caminho. Entrar em tua alma e deixar minha marca dentro
de ti. Diga-me teu nome, por favor, dama misteriosa.
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