Fábio
Carille, 43, começou como meia-atacante no futebol do interior paulista. Foi
recuando, recuando e terminou a carreira na zaga, o que surpreendeu seus amigos
antigos. Já Renato Gaúcho, 54, começou como atacante e terminou como atacante.
Hoje, ele mantém característica de ser ofensivo.
Líder
e segundo colocado, respectivamente, eles se enfrentam na tarde hoje (25), em
Porto Alegre. No entanto, os dois são opostos. Carille é discreto, toma cuidado
nas entrevistas coletivas, pensa muito antes de abrir a boca. Renato Gaúcho é
mulherengo, falastrão, passa facilmente a imagem do “eu ganhei”. Em 2008,
quando conseguiu um dos maiores resultados da história do Fluminense ao
eliminar o Boca Juiniors, na semifinal da Libertadores, o treinador ficou
sozinho no meio-campo do Maracanã. Só saiu de lá quando teve certeza de que a
imagem foi captada pelas câmeras.
“O
Renato é uma pessoa interessada. Ele acompanha jogos pela televisão e tem
preocupação em saber sobre o time adversário. Ele busca essas informações com
nosso setor de análise de desempenho. Ele valoriza o plano tático. O time do
Grêmio é bem armada, bem montado”, afirma Valdir Espinosa, 69, à Folha,
coordenador técnico da equipe gaúcha.
Contratado
sob desconfiança, o atacante Jô diz que Carille sabe tudo o que ocorre em campo
e, além disso, tem um preocupação sobre o que o time pode – ou não – produzir. “Quando
o Corinthians entra em campo, tem consciência do que deve fazer”, pondera o artilheiro
Alvinegro.
A
formação de treinador de Renato, para alguns, foi inesperada. Mas o mesmo não
se pode dizer de Fábio Carille, que teve carreira discreta em times do interior
paulista. “Desde cedo você podia perceber que Fábio seria treinador. Ele
estudava, sabia tudo”, declara Estevam Soares, 61, também em entrevista à
Folha. Estevam foi responsável pela promoção de Carille a assistente em
Barueri.
Renato,
no entanto, é amante do Rio, do futevôlei e orgulha-se da fama de namorador.
Causa polêmica frequentemente como quando afirmou que não aprenderia na Europa
mais do que já sabe. Mas quem convive com ele assegura que esta imagem não
condiz com a realidade. “Eles procura se informar sobre o time adversário e
conversa com três profissionais de análise de desempenho que o clube possui”,
diz o superintendente de futebol do Grêmio, Antonio Carlos Verdi, 83, que é
considerado o “pai” de Renato no clube dos pampas.
Os
dois, além de tudo, possuem diferença tecnológica. Antes das partidas, Carille
manda mensagens descontraídas para os amigos no whatsapp, mas Renato dispensa o
aplicativo. Preferências à parte, os dois protagonizaram o duelo mais esperado
deste início de campeonato brasileiro. Quem vencer fica na liderança.
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