domingo, 25 de junho de 2017

Diferentes, Renato Gaúcho e Fábio Carille duelam pela ponta da tabela

Fábio Carille, 43, começou como meia-atacante no futebol do interior paulista. Foi recuando, recuando e terminou a carreira na zaga, o que surpreendeu seus amigos antigos. Já Renato Gaúcho, 54, começou como atacante e terminou como atacante. Hoje, ele mantém característica de ser ofensivo.

Líder e segundo colocado, respectivamente, eles se enfrentam na tarde hoje (25), em Porto Alegre. No entanto, os dois são opostos. Carille é discreto, toma cuidado nas entrevistas coletivas, pensa muito antes de abrir a boca. Renato Gaúcho é mulherengo, falastrão, passa facilmente a imagem do “eu ganhei”. Em 2008, quando conseguiu um dos maiores resultados da história do Fluminense ao eliminar o Boca Juiniors, na semifinal da Libertadores, o treinador ficou sozinho no meio-campo do Maracanã. Só saiu de lá quando teve certeza de que a imagem foi captada pelas câmeras.

“O Renato é uma pessoa interessada. Ele acompanha jogos pela televisão e tem preocupação em saber sobre o time adversário. Ele busca essas informações com nosso setor de análise de desempenho. Ele valoriza o plano tático. O time do Grêmio é bem armada, bem montado”, afirma Valdir Espinosa, 69, à Folha, coordenador técnico da equipe gaúcha.

Contratado sob desconfiança, o atacante Jô diz que Carille sabe tudo o que ocorre em campo e, além disso, tem um preocupação sobre o que o time pode – ou não – produzir. “Quando o Corinthians entra em campo, tem consciência do que deve fazer”, pondera o artilheiro Alvinegro.

A formação de treinador de Renato, para alguns, foi inesperada. Mas o mesmo não se pode dizer de Fábio Carille, que teve carreira discreta em times do interior paulista. “Desde cedo você podia perceber que Fábio seria treinador. Ele estudava, sabia tudo”, declara Estevam Soares, 61, também em entrevista à Folha. Estevam foi responsável pela promoção de Carille a assistente em Barueri.

Renato, no entanto, é amante do Rio, do futevôlei e orgulha-se da fama de namorador. Causa polêmica frequentemente como quando afirmou que não aprenderia na Europa mais do que já sabe. Mas quem convive com ele assegura que esta imagem não condiz com a realidade. “Eles procura se informar sobre o time adversário e conversa com três profissionais de análise de desempenho que o clube possui”, diz o superintendente de futebol do Grêmio, Antonio Carlos Verdi, 83, que é considerado o “pai” de Renato no clube dos pampas.


Os dois, além de tudo, possuem diferença tecnológica. Antes das partidas, Carille manda mensagens descontraídas para os amigos no whatsapp, mas Renato dispensa o aplicativo. Preferências à parte, os dois protagonizaram o duelo mais esperado deste início de campeonato brasileiro. Quem vencer fica na liderança.

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