domingo, 13 de dezembro de 2015

Estou farto

Estou farto
Das torres televisivas
E seu discurso persuasivo
Estou fato
Das falácias
Estou farto
De mediocridade
Estou farto
Das falsas ideias
Estou farto
Dos chavões e frases feitas

Eu quero flores em meu jardim
Eu quero sentar num banco na praça
E conversar qualquer coisa com o velho
Que viu toda a vida passar

Eu quero o ócio
Eu quero a luz
Eu quero viver
Eu quero o caos
Eu quero a confusão
Eu quero a cidade do amor
Eu quero a rua do amor

À noite saio de casa
E vou em direção à incerteza
De dia os homens de poder
Estão em seus trabalhos monótonos
Ninguém tem tempo. Todos vivem
Apressados, desvairados, frenéticos, lunáticos
Em seus ternos de mil reais

O burocrata chega em casa. Liga a tevê
Assiste o noticiário, e reclama:
“Porra”, grita, “tá tudo uma merda”
Mas ele esqueceu-se de que a merda
É apenas um detalhe na engrenagem

A torre televisiva contou-lhe sobre o mundo
E ele, sem questionar, achou a história convincente
O trabalho tomou-lhe todo o senso. O amor já não conhecia
Era um amigo distante, desconhecido



Um comentário:

  1. Mais música! Menos tv! Mais amor ,menos porque? Mais atitude pra acontecer, minha vida real ,não passa pra vc, em um canal fechado pago pra governa sua mente seu ser! Viva por amor, não por viver, escute o som , desligue a TV!

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