Antes de tudo: a pornografia é o
erotismo dos outros. Vai que é tua, George Bataille.
Quando nos interessa, a sacanagem
é tratada como material puramente erótico, sagrado, bonito e refinado. Se
alheio, não passa de mera putaria, para parafrasear Reinaldo Moraes, em
Pornopopéia, daquelas que a gente vê aos montes com apenas um clique na
internet.
E chega de frescura literária. A
não ser, claro, que o amigo insista na leitura de um capítulo da bíblia que
deixaria Henry Miller cabisbaixo. Cantares, Cântidos de Salomão ou simplesmente
Cântico dos Cânticos.
Esquece,
porra.
Finalmente, vamos à sacanagem
propriamente dita. Afinal de contas, essas teorias sobre a diferença entre
erotismo e pornografia são de uma frigidez ou de uma paumolescência que
deixaria qualquer um com a libido retraída.
Foda hein, tio Reich.
Acabei de descobrir, num
exercício de pesquisa para conseguir finalizar esta crônica miserável, que o
Brasil e as Filipinas lideram o consumo de vídeos pornôs por parte das
mulheres. A pesquisa foi encomendada, pasme, pelos sites especializados
“Pornhub” e “Redtube”.
Mas o tesão é tentar
entender o barato, mesmo que este cronista bebum e mal-diagramado, apaixonado e
escravo das moças nunca chegue sequer nem perto de tal façanha.
Obviamente, o macho é mais
visual. Basta um toque para deixá-lo totalmente armado. O cara, na maioria das
vezes, sente fetiche com o gozo na boca, com jatos irreais pela face, aquele
clichê zoado que ainda não evoluiu desde a selvagem era das produções Buttman.
Se bem que há uns por aí que com
apenas um trago num vinho tinto vagabundo e uma bola num beque mais ou menos
conseguem jogar a autoestima das damas lá embaixo.
E outros, no ápice da cretinice,
não toleram ver uma moça livre e dona de si.
Falta um Henry Miller, um
Bukowski, um Nelsão na vida desses seres desatentos aos sinais femininos. Ah,
recomendo, também, a leitura do clássico Ofício
de Viver, do Pavese, que cito pela enésima vez neste espaço solitário.
É, vou vagar por ai, amigos, aqui
fica o beijo e admiração ao sexo feminino, mas antes teria de firmar Walt
Whitman, o poeta que corria atrás dos marinheiros, em Nova Iorque, no século
XIX, como testemunha do que tenho doravante a dizer. Com ou sem amor,
evidentemente.
Vai lá, Whitman: “Não falta nada,
mas faltaria tudo, se faltasse o sexo”.
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