sexta-feira, 18 de setembro de 2015

THE DOORS NA VITROLA E TUA LEMBRANÇA


Bem que podia
Existir um lugar
Pra se esconder
Quando a novela não prestar
E a maconha não funcionar
E o álcool perder a graça
E a gente não encontrar a solução
Pra onde ir.
A vida é um jogo
Que
Ninguém avisou-nos de que
Jogá-lo é foda
Aí, a gente fica tentando buscar
Explicações. Mas não há explicações. Há dia pós dia. Porre após porre. Foda após foda
Há sucessão de fatos. Há sempre outra tragada. Há sempre outra trepada. Há sempre outra mulher. Há sempre outras merdas a serem protagonizadas
Há o disco do The Doors tocando ao lado. Há teu sorriso gravado em minha memória. Há lembranças. Há minha velha máquina de escrever, que salva-me de mim mesmo e de minhas loucuras e delírios e devaneios.
Sou medroso. Penso que todos os homens o são. Por isso vivo à noite. Tenho minhas ideias, quando todos dormem em suas camas de cinco mil reais. Escrevo, enquanto a mulher grita ao lado, celebrando o prazer dos corpos.
Grito pra eles
Mas ninguém parou
Ela passou a gemer mais alto
Eu passei a bater em minha máquina freneticamente
Dois idiotas. Ou só um idiota
Provavelmente eu
Que tento competir com o prazer
Humano.



Nenhum comentário:

Postar um comentário