(Rogério e Renata estavam pelados. Ele segurava o membro
masculino à mão. Ela veio à direção dele, e com os lábios degustou o pênis, carinhosa,
lânguida, fogosamente. Ele urrava. Gritara até o mundo escutá-lo.)
RENATA – Me come, porra!
ROGÉRIO – Tá bom.
RENATA – Anda logo. Mete na minha bucetinha.
ROGÉRIO – Assim, sem trocarmos nem uma palavrinha?
RENATA – Você acha que eu vim aqui para conversar? Quero
sexo!
ROGÉRIO – Não, não. Isso tá errado. Não é assim. Não pode ser
assim, entende. Precisa haver uma conexão, uma sintonia. As mulheres são podem
ser loucas por sexo. A sociedade não vê com bons olhos.
RENATA – A sociedade? Vocês, machos, sempre nos dominaram.
Sempre discutiram sexo, como e aonde queriam. E nos? Sempre ficamos a deriva.
No bar, ninguém nos olhava se nós expressássemos o furor sexual.
ROGÉRIO – Nós machistas?
RENATA – Isso mesmo!
ROGÉRIO – Não, não. Temo em lhe dizer, mas você está
extremamente equivocada. Sempre as respeitamos. Entendemos que a mulher é o
sexo frágil.
RENATA – Sexo frágil? Que porra é essa? Não somos o sexo
frágil, coisa nenhuma. Apenas queremos igualdade de gênero. É pedir muito?
(Ele ficara calado. Não dizia nada. Parecia estar aflito.
Ela agarrou-lhe o pênis e ordenou que a penetrasse. Nada parecia importar para ela.
Ou apenas, estivesse a querer algo que os igualasse como seres humanos. Aquela
barreira de homem e mulher deveria ser deixada de lado, se possível)
ROGÉRIO – Venha aqui!
RENATA – Estou esperando, e faz tempo, querido.
ROGÉRIO – Espere apenas subir o amigão, e verá só o que é
bom. Você não gosta de pinto? Então, chupe-o!
RENATA – Não, não farei isso. Está pensando que eu sou o
quê, seu merda?
ROGÉRIO – Porra, você não queria foder, sua puta!
(Apenas ouviu-se a mão de Renata encontrar a face de
Rogério, que caíra ao chão, bravo. Ela disse-lhe frases pesadas, de efeito. O psicológico
do sujeito fora abalado profundamente. Renata queria sexo, mas acima de tudo,
buscava algo que desse uma posição confortável. O sexo, segundo ela, não
deveria ser jamais utilizado como uma forma de dominação masculina. Ele tinha
de ser amoroso, caloroso, apaixonante. Agora usá-lo como uma forma de poder,
deixava-a chateada.)
RENATA – Não vou lhe dar. Ponto!
ROGÉRIO - Como assim? Tá pensado que eu sou palhaço, é?
RENATA – Primeiro trate-me bem, com cordialidade. Não queira
impor o sexo. Eu também posso lhe ensinar a arte da putaria. Vocês, homens, não
sabem tudo. O quê custa reconhecer isso? É pedir demais?
ROGÉRIO – Sei lá. Você é maluca. Pensando bem, não quero
nada contigo, não.
RENATA – Talvez seja até bom assim, vai saber.
ROGÉRIO – Talvez...
(Ela passou pela porta do quarto de motel. Deitado à cama,
Rogério pôs-se a pensar na vida e, sobretudo, em Renata. Ela havia mexido com
ele, de certo modo. Mas nada podia ser feito. Ele no fundo era apenas um
machista, que ainda acreditava que os homens detinham a dominância das relações
conjugais.)
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