quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Metafísica sonora


São dois discos, ambos com treze músicas.

Absolutamente incrível, arrisco a dizer que seja o melhor álbum de rock já produzido.

A temática da obra, assinada intelectualmente por Roger Waters e musicalmente por David Gilmour, é de cunho extremamente filosófico. O baixista discorria sobre a alienação.

A própria capa do disco nos diz isto.

Waters, gênio.

Gilmour, igualmente, porém em outro segmento. Um era o cabeça intelectual. O outro, musical. Gilmour faz falta a Waters e vice e versa. Um completa o outro.

Em The Dark Side Of the Moon, Waters abordou a corrida do homem. Alguns arriscam a dizer que o disco é marxista. Contudo, o conteúdo ideológico é extremamente brilhante. Waters tratou da correria do homem, enfezada no poder aquisitivo, que tudo pode comprar, como fica explícito em Money.

E a obra é finalizada com Brain Damage e Eclipse.

Precisa dizer alguma coisa?

Em contrapartida, em Wish You Were Here, a indústria fonográfica foi o alvo das críticas. Syd Barret, fundador e primeiro guitarrista da banda, afastado por causa do uso excessivo de LSD, foi homenageado em Shine On You Crazy Diamond. Porém, é em Have Cigar que a contestação está presente.

Não podemos deixar de lado o maravilhoso solo de Gilmour, em Have Cigar. Simplesmente uma maravilha do rock. A sua guitarra parecia fazer parte do seu corpo, tamanha a familiaridade e carinho com ela.

Certa vez, Gilmour disse que sentia dificuldade em tocar determinadas notas. Não obstante, a escala pentatônica, tem uma bela e significante amizade com um dos maiores guitarristas da história do rock e da música. Coisa bela de se ver.

Nas cinco faixas que compõem Animals, Gilmour destacou-se em Pigs e Dogs. Esta última uma preciosidade artística.

Waters tirou a ideia e a temática de Animals, do livro ‘A Revolução dos bichos’ de George Orwell. A obra possui uma crítica ferrenha aos Estados autoritários que vigoraram na Europa no século XX, sobretudo a URSS, ditadura comunista, comandada por Stalin.

Agora, enfim, chegou The Wall.

O disco praticamente acabou com o Pink Floyd. Após o seu lançamento, o conjunto ficou sobre o ‘comando’ de Waters. Os músicos pareciam contratados pelo baixista.

Depois veio The final cut. Ruim. Waters imaginou que faria novamente um ‘The Wall’.

Mas The Wall é daqueles que ficaram eternizados na história da arte, porque não saem todos os dias, e nem se é produzido em série.

Nick Mason, Richard Whight, David Gilmour e Roger Waters, estão com os nomes marcados nos corações, nas mentes, nos ouvidos e nas vitrolas de muitos amantes deste gênero maluco, chamado rock and roll.


Viva o Pink Floyd!

Nenhum comentário:

Postar um comentário