Sexus foi lançado em 1949 |
São 500 e poucas páginas de ensinamentos preciosos.
Aqui na minha edição, roubada de um sebo, toda rabiscada;
consegui aprender um pouco mais sobre a vida. Compreendi o sexo, se não na sua
totalidade, pelo menos um pouco, disso estou assegurado.
Sexus – a crucificação encarnada – durante um bom tempo passou a me acompanhar em todos os lugares que eu ia. Foram inúmeros bares. Vários porres. Incontáveis baseados. Milhares de beijos. Histórias são o que não faltam a este livro, ao meu livro.
Quando me perguntam qual livro mudou a minha vida, respondo:
‘Sexus, ora’. Não há como ser outro.
Sexus compõe o primeiro volume da trilogia ‘A crucificação
encarnada’. Os outros são Plexus, lançado em 1953 e Nexus, em 1960.
De Charles Bukowski aos Beats, Miller serviu de influência.
E olhe, o velho safado, odiava os escritores, os achava chatos, monótonos e
depressivos. Mas com Miller era diferente. O seu estilo porra louca, de quem
não estava nem aí para as convenções sociais, nos faz refletir. Refletir, sobre
as coisas mais banais da vida, como a insipidez a que nos submetemos
corriqueiramente.
A trama da obra é repleta de sexo. Henry Miller narra as
suas aventuras sexuais, nos EUA, em Nova Iorque, ao lado da sua esposa. Depois
ex-esposa. O contexto vigente era a década de 20/30.
O primeiro romance, Trópico de Câncer, do autor chagou a ser censurado em alguns países de língua inglesa, sendo acusado de não ser literatura, mas sim, pornografia.
Miller lançou o seu primeiro livro, aos 50 anos. Enquanto
Hemingway, Fitzgerald e Steinbeck apreciavam Paris, em plena liberdade; Miller
gozava de algo maior. Uma liberdade sem limites, sem imposições, sem frescura;
porém com total desapego da materialidade.
Esse era Henry Miller, o escritor que de um jeito ou de
outro, revolucionou a prosa americana com a sua metafísica sexual.
Simplesmente sensacional.
E absolutamente recomendável.
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