Freguês, o Palmeiras amargou a quarta derrota consecutiva para o Corinthians. Foto: Daniel Augusto |
"O momento do
Corinthians não é bom, acho que vai dar Palmeiras”. Essa foi a frase mais
ouvida durante a última semana por conta do baixo desempenho do Corinthians no
campeonato paulista antes do Dérbi: foram duas derrotas e um empate para times
inexpressivos. Porém, o risco em se palpitar sobre o resultado de um clássico é
que clássico é clássico, e é uma loucura assegurar qual será o resultado da
partida antes de a bola rolar.
A semana já começou com
o pensamento de que o Corinthians teria, no final de semana, o maior rival pela sua frente. Na quarta-feira, portanto três dias antes de o juiz decretar o início do
Dérbi, percebeu-se que o elenco não era lá grandes coisas. A diretoria, para
tentar sair do vermelho, vendeu o artilheiro do brasileirão do ano passado, e
de quebra contratou mal, ou não contratou. Não há lateral esquerdo, zagueiro e
centroavante. Em suma, não há como ficar feliz. O time segue na penumbra.
Ao
longo desta semana, torcedores de Corinthians e Palmeiras verão o peso do
resultado do Dérbi. Os times irão estrear na Copa Libertadores, mas antes do
ponta pé inicial no torneio continental – o Corinthians vai a Colômbia enfrentar
o Millonarios, na quarta-feira, enquanto o Palmeiras visita o Atlético Junior,
em Barranquilla, também no pais de Gabriel Garcia Márquez – já é possível afirmar
que o resultado não teve um título nada agradável aos alviverdes: o Palmeiras é
o maior freguês corintiano neste século.
Desconfiante,
o Corinthians conseguiu, com os gols de Rodriguinho e Clayson, emplacar a
quarta vitória seguida contra o Palmeiras. O retrospecto alvinegro diante do maior rival
não podia ser melhor: até agora são 52,17% dos pontos disputados no Dérbi desde
2001, sendo 19 vitórias, 15 empates e 12 derrotas. Sobre o jogo deste sábado, o
atacante Renê Junior disse que o time teve volume de jogo. “Conseguimos rodar
bem a bola. Tivemos volume de jogo”, afirma o atacante durante conversa com jornalistas após o jogo.
É
inegável a vocação de ressurgir das cinzas do Corinthians, que no ano passado
venceu o Palmeiras e três rodadas depois sagrou-se campeão brasileiro. Do lado
alviverde, porém, nem tudo é felicidade. A Crefisa, principal patrocinadora do time,
injetou milhões na equipe, montando um elenco milionário que conquistou apenas
o Brasileirão de 2016 e nada mais.
O jogo
O
técnico Fabio Carille optou por modificar a formação tática do Corinthians para
o Dérbi contra o Palmeiras. A escolha surtiu efeito e confundiu os rivais. Mas
nas chegadas ao ataque do alvinegro o verdão se beneficiou da ineficiência corintiana e criou as melhores oportunidades de gol nos primeiros 30 minutos. Não passou disso.
Por outro lado, a estratégica de Carille uma hora demonstrou resultado prático. Aos 39
minutos, o meia Rodriguinho recebeu na entrada da área, deixou dois marcadores
sentados e bateu de esquerda, no lado direito de Jailson. Golaço.
Melhor
no segundo tempo, o Corinthians pressionou o rival até conseguir sofrer o
primeiro pênalti. Aos 14 minutos da etapa final, o árbitro Raphael Claus
esperou o Timão concluir uma jogada ofensiva para assinalar a penalidade do arqueiro
palmeirense em Renê Junior.
Por
conta da falta, que teve a trava da chuteira de Jailson na coxa de Renê Junior, o juiz
decidiu expulsar o goleiro alviverde. Fernando Prass entrou no lugar de Lucas
Lima, mas o meia Jadson bateu a penalidade para fora.
O
capitão Dudu ainda cometeu outro pênalti sobre Rodriguinho, aos 37 minutos da
etapa final. No burburinho por conta da decisão do assoprador de apito, o dono da braçadeira de capitão palmeirense insinuou
que sua equipe deixasse o campo. Clayson, que não tinha nada a ver com a
decisão do juiz, converteu a cobrança, selando a vitória do Timão.
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