domingo, 25 de fevereiro de 2018

Dérbi é dérbi

Freguês, o Palmeiras amargou a quarta derrota consecutiva para o Corinthians. Foto: Daniel Augusto

"O momento do Corinthians não é bom, acho que vai dar Palmeiras”. Essa foi a frase mais ouvida durante a última semana por conta do baixo desempenho do Corinthians no campeonato paulista antes do Dérbi: foram duas derrotas e um empate para times inexpressivos. Porém, o risco em se palpitar sobre o resultado de um clássico é que clássico é clássico, e é uma loucura assegurar qual será o resultado da partida antes de a bola rolar.

A semana já começou com o pensamento de que o Corinthians teria, no final de semana, o maior rival pela sua frente. Na quarta-feira, portanto três dias antes de o juiz decretar o início do Dérbi, percebeu-se que o elenco não era lá grandes coisas. A diretoria, para tentar sair do vermelho, vendeu o artilheiro do brasileirão do ano passado, e de quebra contratou mal, ou não contratou. Não há lateral esquerdo, zagueiro e centroavante. Em suma, não há como ficar feliz. O time segue na penumbra.

Ao longo desta semana, torcedores de Corinthians e Palmeiras verão o peso do resultado do Dérbi. Os times irão estrear na Copa Libertadores, mas antes do ponta pé inicial no torneio continental – o Corinthians vai a Colômbia enfrentar o Millonarios, na quarta-feira, enquanto o Palmeiras visita o Atlético Junior, em Barranquilla, também no pais de Gabriel Garcia Márquez – já é possível afirmar que o resultado não teve um título nada agradável aos alviverdes: o Palmeiras é o maior freguês corintiano neste século.

Desconfiante, o Corinthians conseguiu, com os gols de Rodriguinho e Clayson, emplacar a quarta vitória seguida contra o Palmeiras.  O retrospecto alvinegro diante do maior rival não podia ser melhor: até agora são 52,17% dos pontos disputados no Dérbi desde 2001, sendo 19 vitórias, 15 empates e 12 derrotas. Sobre o jogo deste sábado, o atacante Renê Junior disse que o time teve volume de jogo. “Conseguimos rodar bem a bola. Tivemos volume de jogo”, afirma o atacante durante conversa com jornalistas após o jogo.

É inegável a vocação de ressurgir das cinzas do Corinthians, que no ano passado venceu o Palmeiras e três rodadas depois sagrou-se campeão brasileiro. Do lado alviverde, porém, nem tudo é felicidade. A Crefisa, principal patrocinadora do time, injetou milhões na equipe, montando um elenco milionário que conquistou apenas o Brasileirão de 2016 e nada mais.

O jogo

O técnico Fabio Carille optou por modificar a formação tática do Corinthians para o Dérbi contra o Palmeiras. A escolha surtiu efeito e confundiu os rivais. Mas nas chegadas ao ataque do alvinegro o verdão se beneficiou da ineficiência corintiana e criou as melhores oportunidades de gol nos primeiros 30 minutos. Não passou disso.

Por outro lado, a estratégica de Carille uma hora demonstrou resultado prático. Aos 39 minutos, o meia Rodriguinho recebeu na entrada da área, deixou dois marcadores sentados e bateu de esquerda, no lado direito de Jailson. Golaço.

Melhor no segundo tempo, o Corinthians pressionou o rival até conseguir sofrer o primeiro pênalti. Aos 14 minutos da etapa final, o árbitro Raphael Claus esperou o Timão concluir uma jogada ofensiva para assinalar a penalidade do arqueiro palmeirense em Renê Junior.

Por conta da falta, que teve a trava da chuteira de Jailson na coxa de Renê Junior, o juiz decidiu expulsar o goleiro alviverde. Fernando Prass entrou no lugar de Lucas Lima, mas o meia Jadson bateu a penalidade para fora.

O capitão Dudu ainda cometeu outro pênalti sobre Rodriguinho, aos 37 minutos da etapa final. No burburinho por conta da decisão do assoprador de apito, o dono da braçadeira de capitão palmeirense insinuou que sua equipe deixasse o campo. Clayson, que não tinha nada a ver com a decisão do juiz, converteu a cobrança, selando a vitória do Timão.


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