Considerado
um clássico contracultura, o jornalista Hunter Thompson lançou Medo e
Delírio em Las Vegas: uma viagem ao coração da América, em 1972. A obra
modificou as regras do texto jornalístico, pois Hunter acreditava que o
jornalista, para escrever uma boa história, precisava atuar e protagonizar os
fatos.
Hunter
era um porra-louca. Na infância, enfrentou problemas com a polícia. E disto fez sua matéria-prima. Ao contrário de seus antecessores do new journalism,
Hunter escrevia em primeira pessoa. Seus textos tinham um ar essencialmente
subjetivo.
Aliás,
sua obra é repleta de fugas em alta velocidade, sarcasmo desenfreado e
metáforas tão alucinadas quanto a final da Libertadores de 2012, quando o
Corinthians batera o Boca Juniors, no Pacaembu. Sem dúvida, Hunter criou um
novo estilo de escrita, que fora intitulado como jornalismo gonzo, e dispensava
da pirâmide invertida, adotada pelas redações.
Fã
de Hemingway, Fitzgerald e Jack Keroauc, o jornalista levou às últimas
consequências os ensinamentos de Tom Wolfe, o “terno branco”, que escreveu o
manifesto do new journalism, Radical chique e o novo jornalismo, em
1973. “Uma prosa enlouquecida, corrosiva e poética, que começa onde Um sonho
americano, de Norman Mailer, termina e explora o que Tom Wolfe deixou de fora”,
assegura o The New York Times.
Maluco
o cara, não? Mas imagine alugar um conversível que anda mais rápido que o vento
e ter como destino Las Vegas, o coração da cultura estadunidense. Imagine
rechear o porta-malas do veículo com as mais diversas substâncias. E, agora,
imagine ter como advogado um samoano nada confiável.
Aqui
está a história de Medo e Delírio em Las Vegas, obra que colocou
Hunter Thompson como um dos grandes retratistas dos ideias libertários que
sacudiram a cultura estadunidense, na década de 1960.
Originalmente
publicado em artigos na revista Rolling Stone, Medo e Delírio em Las
Vegas chegou ao cinema em 1998, com Johnny Deep, como Raoul Duke, e
Benício Del Toro, como o Dr Gonzo.
Confira
um trecho da obra:
"Estávamos
em algum lugar perto de Barstow, à beira do deserto, quando as drogas começaram
a fazer efeito. Lembro que falei algo como "estou meio tonto; acho melhor
você dirigir..." E repente fomos cercados por um rugido terrível , e o céu
se encheu de algo que pareciam morcegos imensos , descendo, guinhando e
mergulhando ao redor do carro, que avançava até Las Vegas a uns 160 quilômetros
por hora, com a capota abaixada. E uma voz gritava: "Jesus Santíssimo! Que
diabo são esses bichos?"
Foda, né?
Foda, né?
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