Essa deusa de um metro e cinquenta e cinco
Que canta maravilhosamente bem
Está enclausurada num muro que criaram
Bem, há nela o suficiente para deixar-me alegre e louco
E eu fico louco em sua presença
Sou possuído por uma vontade de adorá-la e contemplá-la
Nela, sinto a pureza da vida
Ela é dócil
Essa deusa de um metro e cinquenta e cinco
Faz-me rir
E em sua presença
Esqueço que no mundo
Há barbáries e crueldades
Seus olhos de águia
Abençoáveis e admiráveis
Expressam suas inseguranças e medos e receios
Os idiotas cobiçam-na
E eu digo-lhe para afastar-se deles:
“Todo homem é gentil quando está afim de uma mulher”,
pondero
Um rio de melancolia
Nasce no fundo de sua retina
Essa deusa de um metro e cinquenta e cinco
É a garota mais estonteante e sensível do universo
Em sua companhia sinto a pureza das coisas
Conto piadas
Só pra vê-la sorrir
Seu sorriso é delicado e leve
E equilibra o universo
Quando ela se entristece
Tenho uma insensata vontade de gritar:
“Ela é incrível, gente”
Essa deusa de um metro e cinquenta e cinco
Chama-se Letícia
E é sensacional
Marcus Vinícius Beck
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